{"title":"NÃO TEM CABIMENTO: A NEGAÇÃO NO PROCESSO DE SUBJETIVAÇÃO DE SUJEITOS GORDOS","authors":"V. Caetano, L. Vinhas","doi":"10.1590/1982-4017-220103-9820","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Resumo Com base nos pressupostos teórico-metodológicos da Análise de Discurso pêcheuxtiana, este estudo busca compreender os efeitos de sentido que emergem do excesso de operações discursivas de negação nos relatos de sujeitos gordos. A partir da análise, propõe a possibilidade de tal excesso apontar para um processo de resistência no discurso desses sujeitos. O sujeito gordo, interpelado pela Formação Discursiva (FD) dominante, não consegue uma identificação com as evidências que a FD produz: seu corpo se impõe como uma barreira para o processo de identificação. O sujeito, contudo, também não encontra possibilidade de identificação fora da FD dominante. Percebe-se, então, que o processo de subjetivação do sujeito gordo é atravessado por uma negação: o sujeito é aquilo que ele não é. Em outras palavras, o sujeito gordo precisa se subjetivar pelo avesso da evidência. Esse processo se lineariza em seu discurso por meio do uso excessivo da negação.","PeriodicalId":378704,"journal":{"name":"Linguagem em (Dis)curso","volume":"52 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-04-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Linguagem em (Dis)curso","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1590/1982-4017-220103-9820","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Resumo Com base nos pressupostos teórico-metodológicos da Análise de Discurso pêcheuxtiana, este estudo busca compreender os efeitos de sentido que emergem do excesso de operações discursivas de negação nos relatos de sujeitos gordos. A partir da análise, propõe a possibilidade de tal excesso apontar para um processo de resistência no discurso desses sujeitos. O sujeito gordo, interpelado pela Formação Discursiva (FD) dominante, não consegue uma identificação com as evidências que a FD produz: seu corpo se impõe como uma barreira para o processo de identificação. O sujeito, contudo, também não encontra possibilidade de identificação fora da FD dominante. Percebe-se, então, que o processo de subjetivação do sujeito gordo é atravessado por uma negação: o sujeito é aquilo que ele não é. Em outras palavras, o sujeito gordo precisa se subjetivar pelo avesso da evidência. Esse processo se lineariza em seu discurso por meio do uso excessivo da negação.