ESTRATÉGIAS PARA LOGÍSTICA REVERSA DE RESÍDUOS

Abstract

No Brasil, os resíduos sólidos gerados crescem numa taxa três vezes superior ao crescimento populacional. A maioria dos municípios brasileiros enfrenta dificuldades para encontrar locais adequados para dispor seus resíduos. Em 2010, foi aprovada a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) determinando a necessidade de implantar programas de logística reversa de resíduos através de acordos setoriais, operacionalizando o princípio da responsabilidade compartilhada. O objetivo deste estudo foi analisar formas para aumentar a sustentabilidade das iniciativas de logística reversa de resíduos sólidos. A grande maioria dos sistemas de logística reversa de resíduos não é sustentável. Por isso, nos casos de implantação compulsória de programas de logística reversa que não são sustentáveis, devem ser analisadas e comparadas diferentes estratégias (especulação e adiamento); estas estratégias não fazem parte dos sistemas de logística direta. Este estudo mostrou que uma forma de melhorar a eficiência da logística reversa poderia ser feita através da decisão de adiar (ou de especular) a segregação dos resíduos sólidos para uma fase posterior (ou preliminar). O momento da atividade de segregação dos resíduos pode implicar em economias significativas de transporte e de estocagem, pois os resíduos passam a ser transportados e armazenados em lotes maiores ou menores. Neste sentido, avaliar o melhor momento da atividade de segregação dos resíduos é um instrumento estratégico importante para o aumento da eficiência de todo o sistema. Esta análise consiste em avaliar quando se deve transportar os resíduos sólidos na forma segregada (especulação) e misturada (adiamento), visando uma redução de custos operacionais de forma a tornar as cadeias reversas de resíduos mais sustentáveis e efetivas. Esta pesquisa demonstrou que as cadeias de logística reversa visando a reciclagem no Brasil não são sustentáveis, devido aos custos de transporte significativos e a infraestrutura adequada. Na discussão apresentada ficou demonstrado que a PNRS se baseia em pressupostos equivocados e que não cria mecanismos para viabilizar a maioria dos programas de logística reversa.