A Educação Bilíngue Intercultural como contribuição para um pensamento heterárquico

Este artigo surge da reflexão sobre a Educação Intercultural Bilíngue (EIB) como uma modalidade educativa marginalizada pela educação tradicional, tendo como consequência, entre eles, o fato de serem ações realizadas de baixo de forma dispersa. Da mesma forma, essa modalidade educacional se baseia em uma lógica totalmente oposta à aplicada pela matriz colonial moderna dominante, que se torna cada vez mais discriminatória e desigual. No momento, o fim do colonialismo não está sendo vivido, mas esse fenômeno estava em mutação, mantendo assim a estrutura das relações centro-periferia no mundo e uma divisão racial do trabalho - como Quijano explica com seu conceito de colonialidade do poder. Portanto, este artigo surge da premissa de que o IBE, entre outras modalidades educativas, pode ser colocado dentro do marco do paradigma epistemológico do "Sul", transformado em prática descolonizante. Em suma, três eixos que estruturam o artigo estão implantados, no primeiro uma definição do discurso epistemológico do "Sul" é realizada, por outro lado a Educação Intercultural Bilingue é definida como uma prática descolonizante e finalmente as reflexões finais são testemunhadas.