As experiências de xenofobia e saúde entre imigrantes venezuelanos refugiados nas reportagens jornalísticas no Brasil

Buscamos compreender as condições de saúde e as experiências de xenofobia entre imigrantes refugiados venezuelanos em reportagens jornalísticas no Brasil, no período de junho a setembro de 2018. Avaliamos a descrição das percepções de xenofobia e o acesso aos serviços em saúde, assim como a responsabilização dos venezuelanos pelo retorno do sarampo ao Brasil. Através de uma investigação qualitativa e bibliográfica, interpretamos as narrativas selecionadas nos veículos de comunicação: O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo, O Globo e G1. A interseção das narrativas com a verificação teórica e as opiniões dos leitores indicou práticas xenofóbicas que repercutem na qualidade de vida destas pessoas, bem como a difusão social da migração venezuelana como um problema que afetou o bem-estar destes indivíduos. Concluímos que a xenofobia interferiu nos cuidados à saúde de imigrantes no Brasil e o jornalismo reforçou essa condição.