Prevalência de sintomas não motores em pessoas com doença de Parkinson no Brasil

Introdução. O sintomas não motores (SNM) são tão incapacitantes quanto os sinais motores na doença de Parkinson (DP), aumentando as taxas de morbidade e mortalidade. No Brasil, estudos sobre a sua prevalência são escassos. Objetivo. Verificar a prevalência e o perfil dos SNM em indivíduos com DP atendidos no Programa de Reabilitação da Rede SARAH. Método. Foram coletados dados de prontuários de pacientes com diagnóstico de DP acompanhados em seis unidades da Rede SARAH entre 2015 e 2022. Foram avaliadas informações sobre a função cognitiva (Mini-Exame do Estado Mental, MEEM e The SCales for Outcomes in Parkinson’s disease-COGnition, SCOPA-COG), sintomas depressivos (Inventário de Depressão de Beck, BDI e Escala Geriátrica de Depressão, GDS) e problemas de sono (Escala de Sono na Doença de Parkinson, PDSS). Resultados. Foram avaliados 207 prontuários. A amostra foi constituída predominantemente por homens (n=119, 57,5%) com idade média de 72,6±11,2 e o tempo médio de diagnóstico de DP de 7,7±5,8. A maior parte dos pacientes apresentava comprometimento motor leve a moderado e eram totalmente ou parcialmente independentes. O prejuízo da função cognitiva foi identificado em 34,3% (MEEM) e 44,9% (SCOPA-COG), sintomas sugestivos de depressão em 39,6% (BDI) e 39,1% (GDS) e os problemas de sono em 52,2% (PDSS). Conclusão. O presente estudo mostra a alta prevalência desses SNM, presentes mesmo em fases iniciais da doença. Estas informações são importantes, pois podem contribuir para estudos de base populacionais, norteando a conduta terapêutica e as ações públicas de saúde nessa população.