Os direitos humanos na pós-graduação em educação na Amazônia brasileira: entre a política de desagendamentos e a potencialidade do debate

Este artigo mapeia o debate dos direitos humanos na pós-graduação em Educação da Amazônia brasileira, norteado pelas Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos. Essa política orienta para a formação inicial e continuada dos profissionais da educação, com a inserção dos conhecimentos concernentes à educação em direitos humanos, cuja organização curricular pode ser disciplinar, transversal ou mista. O estudo justifica-se, de um lado, pelos desagendamentos nas pautas dos direitos humanos, submetidas a retrocessos e silenciamentos, e de outro, pela potencialidade de trazê-las ao debate nos espaços da educação superior. A pesquisa, do tipo documental, analisou os componentes curriculares dos 17 Programas de Pós-Graduação stricto sensu em Educação, dos sete estados da Amazônia brasileira. Os resultados apresentaram disciplinas específicas sobre direitos humanos em 04 Programas. O debate transversal, como raça, etnia, gênero, sexualidade, diversidade, campo e interculturalidade foram contemplados em 15 dos 17 Programas. A maioria das disciplinas são eletivas, ofertadas após 2017. Os dados sugerem que, não obstante o reconhecimento da potencialidade da EDH neste espaço, o debate chega atrasado e pode se tornar assistemático, em razão da não obrigatoriedade das ofertas.