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Abstract
Nas primeiras décadas do século XVIII, um acontecimento foi tema muito recorrente nas cartas que iam de Goa a Lisboa: a rebeldia das freiras agostinhas da capital oriental. As mônicas estiveram envolvidas num conflito com o arcebispo de Goa e seu prelado, D. Fr. Inácio de Santa Teresa, que ocasionou um cisma na comunidade e a quebra do voto da clausura pela maioria delas. A produção de cartas pelas religiosas foi relativamente intensa. Tanto Sor. Magdalena de Sto. Agostinho – representante das rebeldes – quanto Sor. Brites do Sacramento – a prioresa das freiras que se mantiveram obedientes ao prelado – escreveram cartas direcionadas a D. João V, ao próprio arcebispo, aos vice-reis e a outros destinatários. A partir de uma breve análise paleográfica e tipológica dos documentos, o presente artigo discute o conteúdo de algumas dessas cartas, apresentando como cada grupo reagiu aos ataques mútuos e de como as freiras tentaram angariar apoio de pessoas e instituições, religiosas e civis, para defender seus interesses. As cartas se configuram, portanto, como testemunho não só do período conturbado na comunidade feminina como também dos pontos de vista e perfil dos principais personagens envolvidos na querela.