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Abstract
A capacidade de operar invisível e silenciosamente torna os submarinos uma das armas mais valiosas do mundo contemporâneo. Possuir uma força de submarinos poderosa é uma demonstraçāo da existência de um Poder Naval forte e estruturado. Contudo, grande parte do valor de um submarino reside nas pessoas que o tripulam, assegurando o correto e oportuno funcionamento dos sistemas. Considerando que muitas atividades nele realizadas são de extrema complexidade e interdependentes, cada membro da tripulação tem um papel relevante a ser desempenhado. Assim, faz-se o seguinte questionamento: Em que medida os estressores devidos às condições e à organização do trabalho em submarinos provocam sofrimento psíquico nos tripulantes, apesar da compensação exercida pelo "ethos militar", sendo este um conceito que envolve a dedicação, o espírito de equipe e a disciplina, e do qual resulta uma maior resiliência. Em face do exposto, o presente artigo buscou analisar as condições e a organização de trabalho no ambiente confinado de um submarino, visando estimar o impacto delas sobre o comportamento dos sujeitos. Para atingir tal objetivo, utilizou-se a Escala de Avaliação do Contexto de Trabalho (EACT), que é composta pelos fatores organização do trabalho, condições de trabalho e relações socioprofissionais e a Escala de Avaliação dos Danos Relacionados ao Trabalho (EADRT) que fazem parte do Inventário sobre Trabalho e Riscos de Adoecimento (ITRA), além de terem sido realizadas entrevistas não estruturadas. Como resultado, obteve-se a percepção de que o ethos militar favorece o profissional submarinista a apresentar um forte espírito de cooperação e abnegação, que o habilitam a superar desafios por meio da contínua preparação e capacitação. Houve uma baixa percepção da existência de agentes estressores no momento da pesquisa, o que permite concluir a presença de estratégias adequadas de enfrentamento (coping) que, alinhadas ao ethos militar proporcionam um melhor modo de lidar com esses estressores.