Laura de Oliveira Teixeira, Luana Rodrigues Ferreira Silva, Luana Magni Cadamuro, Licério Miguel
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Abstract
Os prolapsos de órgãos pélvicos (POP) são afecções prevalentes, multifatoriais, sendo o prolapso de parede vaginal anterior (PPVA) o principal deles. Alguns dos fatores de risco relacionam-se à gestação, como paridade, parto vaginal e/ou instrumentalizado e macrossomia fetal. Esta revisão busca avaliar essa relação, destacando-se as terapêuticas possíveis e prevenção desta condição. Realizou-se revisão da literatura, com levantamento bibliográfico em bases de dados eletrônicas – (NCBI/PubMed e SciELO) – além dos descritores em português "cistocele”, “prolapso da parede vaginal anterior” e “gestação”. Dos 64 artigos selecionados para análise, 23 foram lidos na íntegra e utilizados. Os PPVA relacionam-se à disfunção estrutural no suporte das vísceras pélvicas por alterações na musculatura do assoalho pélvico e na fáscia endopélvica. Fatores obstétricos intrínsecos, como o crescimento uterino e modificações fisiológicas da gestação podem provocar e/ou agravar os POP, assim como fatores relacionados ao trabalho de parto, como via de parto vaginal, parto assistido a fórceps e multiparidade, e possui a cesárea um fator protetor. Entretanto, fatores não relacionados à assistência obstétrica, como idade, qualidade do colágeno e obesidade podem estar relacionados. Uma das principais formas de tratamento do POP é cirúrgica, que, em geral, não é recomendada na gestação. Métodos não cirúrgicos, como fisioterapia pélvica e uso de pessários, podem e devem ser discutidos. Estratégias de prevenção podem ser instituídas, como controle de peso, repouso físico, cessação do tabagismo e atividades físicas leves, sob orientação profissional. Os dados revisados explicitam a existência de fatores de risco obstétricos associados ao desenvolvimento dos PPVA, com possibilidades terapêuticas não cirúrgicas já bem estabelecidas.