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Abstract
A ‘diversion’ é um dos temas mais destacados do terceiro livro dos Essais de Montaigne, tomado por importante corrente do comentário como expressão de uma filosofia moral nova e original adequada à natureza individual do ‘moi’ de Montaigne, uma vez emancipado dos modelos morais e dos procedimentos da retórica latina que regulavam a produção letrada de seu tempo. Retomamos aqui o exame desta temática, através da leitura do capítulo que lhe é dedicado nos Essais, com vistas a reinseri-lo, porém, na ambiência própria à cultura renascentista, pautada na recuperação da grande tradição da ética e da retórica clássica. Para tanto, procedemos à crítica do comentário que tende a aproximar o pensamento de Montaigne do paradigma moderno da subjetividade e por outro lado, ressaltamos o contraste entre o sentido montaigneano da ‘diversion’ e o outro bem diverso de que se reveste em sua retomada por Blaise Pascal no século XVII.