{"title":"DINÂMICA DOS CONFLITOS SOCIOAMBIENTAIS","authors":"Izabel Beatriz Moura","doi":"10.47977/2318-2148.2020.V8N12P76","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O modelo de criação de áreas naturais protegidas está relacionado ao mito da natureza intocada, impostas a restrições de acesso e uso dos bens naturais que, ao longo do tempo, assumiu proporções significativas, estabelecendo concepções diversas de homem e de natureza, e a relação entre ambos. Neste artigo são apresentadas reflexões direcionadas à criação das unidades de conservação (UC), com olhar direcionado ao Parque Nacional da Serra do Cipó, tecendo um diálogo em relação à criação dessa área e, assim, intercalar com a dinâmica de uso e apropriação territorial, com intuito de compreender as diferentes visões acerca das comunidades tradicionais residentes, consideradas, muitas vezes, responsáveis pela manutenção da biodiversidade. Dessa forma, a compreensão das estratégias e os instrumentos acionados pelos sujeitos sociais na materialização dessas áreas de proteção e os conflitos socioambientais decorrentes, são imprescindíveis. A compreensão dessa dicotomia - homem/natureza - se faz presente nesta pesquisa, porque o objetivo central deste trabalho é estudar a dinâmica territorial no processo de implantação do Parque Nacional da Serra do Cipó e o conflito socioambiental instaurado em meio a diferentes interesses, disputas e percepções acerca da UC. Para alcançar tal objetivo, realizou-se, além do aporte teórico, a investigação de dados socioeconômicos, trabalho de campo e entrevistas semi-estruturadas. Pode-se afirmar que há um conjunto de elementos que cooperam para que haja dominação dos territórios e os relatos dos sujeitos entrevistados nos levam, além disso, à compreensão de que a violência simbólica sofrida por estes, encontra-se imbricada ao processo de criação do Parque Nacional, caracterizada pelo processo de expropriação das famílias que residiam na área hoje delimitada como parque. As narrativas revelam, também, o quão grave foi o processo de expropriação na região no período de implantação do PARNA Serra do Cipó e que a realidade vivenciada por esses sujeitos sociais está muito afastada das promessas realizadas pelos órgãos ambientais.","PeriodicalId":193790,"journal":{"name":"Anais do Uso Público em Unidades de Conservação","volume":"8 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2020-12-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anais do Uso Público em Unidades de Conservação","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.47977/2318-2148.2020.V8N12P76","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O modelo de criação de áreas naturais protegidas está relacionado ao mito da natureza intocada, impostas a restrições de acesso e uso dos bens naturais que, ao longo do tempo, assumiu proporções significativas, estabelecendo concepções diversas de homem e de natureza, e a relação entre ambos. Neste artigo são apresentadas reflexões direcionadas à criação das unidades de conservação (UC), com olhar direcionado ao Parque Nacional da Serra do Cipó, tecendo um diálogo em relação à criação dessa área e, assim, intercalar com a dinâmica de uso e apropriação territorial, com intuito de compreender as diferentes visões acerca das comunidades tradicionais residentes, consideradas, muitas vezes, responsáveis pela manutenção da biodiversidade. Dessa forma, a compreensão das estratégias e os instrumentos acionados pelos sujeitos sociais na materialização dessas áreas de proteção e os conflitos socioambientais decorrentes, são imprescindíveis. A compreensão dessa dicotomia - homem/natureza - se faz presente nesta pesquisa, porque o objetivo central deste trabalho é estudar a dinâmica territorial no processo de implantação do Parque Nacional da Serra do Cipó e o conflito socioambiental instaurado em meio a diferentes interesses, disputas e percepções acerca da UC. Para alcançar tal objetivo, realizou-se, além do aporte teórico, a investigação de dados socioeconômicos, trabalho de campo e entrevistas semi-estruturadas. Pode-se afirmar que há um conjunto de elementos que cooperam para que haja dominação dos territórios e os relatos dos sujeitos entrevistados nos levam, além disso, à compreensão de que a violência simbólica sofrida por estes, encontra-se imbricada ao processo de criação do Parque Nacional, caracterizada pelo processo de expropriação das famílias que residiam na área hoje delimitada como parque. As narrativas revelam, também, o quão grave foi o processo de expropriação na região no período de implantação do PARNA Serra do Cipó e que a realidade vivenciada por esses sujeitos sociais está muito afastada das promessas realizadas pelos órgãos ambientais.
自然保护区的创建模式与未受影响的自然神话有关,对自然资源的获取和使用施加了限制,随着时间的推移,这些限制已经占据了很大的比例,建立了人与自然的不同概念,以及两者之间的关系。本文给出目标被建立的保护协会(UC)和国家公园的训练看,锯子的葡萄树,编织一个对话的临时创建的,因此使用动态和领土所有权,以理解不同的观点对传统社区的居民经常被视为负责维护生物多样性。因此,了解社会主体在实现这些保护区和由此产生的环境冲突方面所采取的战略和手段是至关重要的。人/自然理解这种对立- -这样的研究,因为这个工作的主要目的是研究动态过程领土部署锯子葡萄树国家公园的社会和环境和冲突在不同利益之间的纠纷和认知的加州大学。为了实现这一目标,除了理论贡献外,还进行了社会经济数据调查、实地工作和半结构化访谈。可以声称有一组元素,为了配合统治的领土和受访者的报道,此外,自己理解这些,因此遭受的暴力符号是交织在一起的过程,国家公园的过程中土地征用的家庭住在面积有限,公园。这些叙述还揭示了在PARNA Serra do cipo实施期间,该地区的征用过程是多么严重,这些社会主体所经历的现实与环境机构所作的承诺相去甚远。