{"title":"História e cidade em “Os condenados”, de Oswald de Andrade","authors":"Leonardo Claudiano","doi":"10.53919/g6d2","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O presente artigo tem o intuito de captar a São Paulo que Oswald de Andrade sentiu\n e preservou em seu primeiro romance, “Os condenados” (1922). Por São Paulo,\n compreendemos, além do espaço físico, as sociabilidades que se desenvolveram no cenário\n urbano, assim como as alterações no mapa subjetivo de seus habitantes, frente às\n inúmeras mudanças que se colidiam. Diante de uma paisagem tecnológica irreversível e\n irresistível, interessa-nos, na escritura oswaldiana, a relação dialética com a urbe que\n seduz e ameaça. Lembramos, ainda, que “Os condenados” fez parte da Semana de Arte\n Moderna—ou seja, está localizado num instante de transição, entre um tempo que morre e\n sobrevive transmutado, e um tempo que surge para se desfazer e refazer constantemente,\n sempre carregado de elementos que o antecederam. A forma fragmentada da obra visa romper\n com a continuidade; pretende caminhar aos solavancos, aos choques recorrentes das\n multidões. Busca ser cidade e representar a experiência da modernidade—entendida como a\n fusão conflituosa entre modernização e modernismo. Por fim, ao nos referirmos à\n modernidade, fazemo-nos ao seu plural. Em “Os condenados”, temos as camadas desses\n tempos diversos em negociação, negação e imposição.","PeriodicalId":330423,"journal":{"name":"Revista Galo","volume":"4 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Galo","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.53919/g6d2","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O presente artigo tem o intuito de captar a São Paulo que Oswald de Andrade sentiu
e preservou em seu primeiro romance, “Os condenados” (1922). Por São Paulo,
compreendemos, além do espaço físico, as sociabilidades que se desenvolveram no cenário
urbano, assim como as alterações no mapa subjetivo de seus habitantes, frente às
inúmeras mudanças que se colidiam. Diante de uma paisagem tecnológica irreversível e
irresistível, interessa-nos, na escritura oswaldiana, a relação dialética com a urbe que
seduz e ameaça. Lembramos, ainda, que “Os condenados” fez parte da Semana de Arte
Moderna—ou seja, está localizado num instante de transição, entre um tempo que morre e
sobrevive transmutado, e um tempo que surge para se desfazer e refazer constantemente,
sempre carregado de elementos que o antecederam. A forma fragmentada da obra visa romper
com a continuidade; pretende caminhar aos solavancos, aos choques recorrentes das
multidões. Busca ser cidade e representar a experiência da modernidade—entendida como a
fusão conflituosa entre modernização e modernismo. Por fim, ao nos referirmos à
modernidade, fazemo-nos ao seu plural. Em “Os condenados”, temos as camadas desses
tempos diversos em negociação, negação e imposição.