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Abstract
Este artigo analisa os editoriais que três media portugueses publicaram sobre a COVID-19, procurando perceber os modos como o tema é enquadrado e percecionado no discurso público.
Se o editorial é o género jornalístico que expressa a ideologia do jornal, através dele pode vislumbrar-se que mensagens, interpretações e posicionamentos são assumidos e colocados à discussão no espaço público.
Os três media escolhidos foram o jornal diário Público, a revista semanal Visão e o semanário regional da Beira Baixa Reconquista, todos eles de informação generalista. Dos dois de difusão nacional foram selecionados os editoriais das edições impressa e digital, e do regional, de inspiração cristã, apenas os da edição em papel. Definiram-se dois períodos de análise durante o Estado de Emergência, março de 2020 e janeiro de 2021, meses do primeiro e do segundo confinamento geral da população. O corpus é constituído por 48 editoriais, 30 do primeiro confinamento e 18 do segundo, sendo 41 do Público, cinco da Visão e dois do Reconquista.
Da análise realizada conclui-se que do primeiro para o segundo período se alteram os temas e enquadramentos (frames), e que o posicionamento maioritariamente positivo, em março de 2020, muda para negativo em janeiro de 2021, a penalizar as falhas na gestão política e sanitária da pandemia.