Maria Angélica De Farias Jurity Martins, Breno Martins Campos
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Abstract
Este artigo parte de dados empíricos do Brasil contemporâneo, na intersecção da religião com a política, com o intuito de mostrar que a relação formal de evangélicos com a atividade política não é exclusiva ao campo das igrejas e lideranças pentecostais e neopentecostais. Na verdade, em nossos dias, são também necessárias investigações científicas que contemplem o avanço, ainda que discreto, de protestantes históricos calvinistas na arena público-política em nosso país. O que buscamos não é propriamente analisar o campo evangélico brasileiro, mas, antes, promover uma leitura do neocalvinismo holandês do século XIX, com destaque para a pessoa e obra de Abraham Kuyper. Queremos oferecer subsídios teológicos (ou uma chave de interpretação) para que cientistas sociais e da religião possam discutir e avaliar se a presença de protestantes reformados na política – e até em postos de governo – no Brasil do século XXI pode ser considerada uma herança do neocalvinismo holandês.