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Abstract
A partir de textos de Primo Levi e da argumentação apresentada por Giorgio Agamben de que o testemunho seria um paradoxo, busca-se investigar os limites da linguagem autoral, discutindo a respeito de como se daria o testemunho daqueles que no campo de concentração pereceram, ou melhor, para usar um conceito de Levi, como o não-homem (non-uomini) falaria através do homem. O estudo pretende demonstrar a importância da literatura de testemunho, pois seria por intermédio dela que o sobrevivente exerce o imperativo de narrar sua experiência em nome de outro. Objetiva-se tratar sobre as limitações da linguagem, de modo que auxilie a fundamentar ainda mais a autenticidade dos sobreviventes em poder falar em nome de um não-poder dizer, um falar no lugar do outro.