Rayane Evelin Brito Marques, Laís Ciribelli YamCiribelliaguchi, J. Soares, Daniela Pimenta de Castro Fernandes, W. A. Alves
{"title":"Morbidade Hospitalar por Hanseníase em Minas Gerais: um estudo epidemiológico no período de 2008 a 2015","authors":"Rayane Evelin Brito Marques, Laís Ciribelli YamCiribelliaguchi, J. Soares, Daniela Pimenta de Castro Fernandes, W. A. Alves","doi":"10.14295/JMPHC.V7I1.475","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A hanseniase e uma doenca cronica, infectocontagiosa, de alta infectividade e baixa patogenicidade. Manifesta-se principalmente atraves de sinais e sintomas dermatoneurologicos, caracterizados por lesoes na pele e nos nervos perifericos, podendo ocasionar deformidades fisicas. O Brasil ocupa a segunda posicao em numero de casos novos, sendo que Minas Gerais demanda monitorizacao, por apresentar municipios com elevada endemicidade. Historicamente no pais, o controle da hanseniase esteve atrelado a praticas discriminatorias, com internacao compulsoria e isolamento dos doentes, as quais foram legalmente abolidas. No presente nao existe informacao significativa a respeito desse tipo de terapia, sabe-se, porem, que a internacao e recomendada somente em situacoes extremas. O Ministerio da Saude (MS) possui o Sistema de Informacao Hospitalar (SIH/SUS) que tem como funcao registrar todos os procedimentos hospitalares de estabelecimentos conveniados ao Sistema Unico de Saude (SUS). Descrever os casos internados por hanseniase e sequelas de hanseniase, em Minas Gerais, no periodo de 2008 a 2015, como forma de ampliar o volume de informacoes sobre o tema e alavancar discussoes sobre a importância de medidas efetivas para controle da patologia. Foi realizado estudo descritivo com dados secundarios publicos retrospectivos disponibilizados no endereco eletronico do Departamento de Informatica do SUS (Datasus/MS). Foram utilizados casos de internacao por hanseniase ou sequela de hanseniase registrados no SIH/SUS. As variaveis analisadas foram: ano da internacao, macrorregiao de saude (MRS), carater de atendimento, valor total das internacoes, faixa etaria e sexo. Foram calculados o coeficiente de internacao (CI) (no de casos/populacao residente* 100 mil habitantes) e o intervalo de confianca (IC95%). No estado de Minas Gerais foram notificados 2.196 casos de internacoes no periodo estudado. O CI medio foi de 1,4 casos internados/100 mil hab. (IC95% 0,9-1,9). A MRS com maior numero de internacoes foi a MRS Leste do Sul com 27% (598). O risco de internacao para essa MRS foi 11,0 casos internados/100 mil hab. (IC95% 4,3-17,6). A distribuicao, segundo sexo, revela diferenca importante entre masculino e feminino, sendo 67% (1.481) e 33% (715), respectivamente. A faixa etaria entre 30 e 49 anos foi a mais frequente com 34% (746) das internacoes. Os menores de 15 anos representam 4% (88) do total de internados. Quanto a cor/raca, observou-se predominio da cor negra (preta+parda) com 54% (1.193), seguida da branca 25% (544). 19% (426) nao tinham informacao. Por fim, constatou-se que o carater de urgencia tem maior expressividade, 73% (1.601), e o valor total gasto com as internacoes foi R$ 1.419.828,48. Apesar da baixa letalidade da doenca, o presente estudo confirmou a relevância da ocorrencia de internacoes hospitalares por causas relacionadas a hanseniase, especialmente por complicacoes decorrentes da doenca. E notoria a identificacao crescente de internacoes de 2008 a 2015. O sistema de saude (SUS) e os profissionais inseridos nele devem atuar com o objetivo de minimizar as internacoes desses pacientes, atuando principalmente na atencao primaria. Sao necessarias acoes que sejam voltadas para a adesao desses pacientes ao tratamento efetivo e para o diagnostico precoce.","PeriodicalId":378003,"journal":{"name":"JMPHC. Journal of Management and Primary Health Care","volume":"38 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2017-01-05","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"JMPHC. Journal of Management and Primary Health Care","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.14295/JMPHC.V7I1.475","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
A hanseniase e uma doenca cronica, infectocontagiosa, de alta infectividade e baixa patogenicidade. Manifesta-se principalmente atraves de sinais e sintomas dermatoneurologicos, caracterizados por lesoes na pele e nos nervos perifericos, podendo ocasionar deformidades fisicas. O Brasil ocupa a segunda posicao em numero de casos novos, sendo que Minas Gerais demanda monitorizacao, por apresentar municipios com elevada endemicidade. Historicamente no pais, o controle da hanseniase esteve atrelado a praticas discriminatorias, com internacao compulsoria e isolamento dos doentes, as quais foram legalmente abolidas. No presente nao existe informacao significativa a respeito desse tipo de terapia, sabe-se, porem, que a internacao e recomendada somente em situacoes extremas. O Ministerio da Saude (MS) possui o Sistema de Informacao Hospitalar (SIH/SUS) que tem como funcao registrar todos os procedimentos hospitalares de estabelecimentos conveniados ao Sistema Unico de Saude (SUS). Descrever os casos internados por hanseniase e sequelas de hanseniase, em Minas Gerais, no periodo de 2008 a 2015, como forma de ampliar o volume de informacoes sobre o tema e alavancar discussoes sobre a importância de medidas efetivas para controle da patologia. Foi realizado estudo descritivo com dados secundarios publicos retrospectivos disponibilizados no endereco eletronico do Departamento de Informatica do SUS (Datasus/MS). Foram utilizados casos de internacao por hanseniase ou sequela de hanseniase registrados no SIH/SUS. As variaveis analisadas foram: ano da internacao, macrorregiao de saude (MRS), carater de atendimento, valor total das internacoes, faixa etaria e sexo. Foram calculados o coeficiente de internacao (CI) (no de casos/populacao residente* 100 mil habitantes) e o intervalo de confianca (IC95%). No estado de Minas Gerais foram notificados 2.196 casos de internacoes no periodo estudado. O CI medio foi de 1,4 casos internados/100 mil hab. (IC95% 0,9-1,9). A MRS com maior numero de internacoes foi a MRS Leste do Sul com 27% (598). O risco de internacao para essa MRS foi 11,0 casos internados/100 mil hab. (IC95% 4,3-17,6). A distribuicao, segundo sexo, revela diferenca importante entre masculino e feminino, sendo 67% (1.481) e 33% (715), respectivamente. A faixa etaria entre 30 e 49 anos foi a mais frequente com 34% (746) das internacoes. Os menores de 15 anos representam 4% (88) do total de internados. Quanto a cor/raca, observou-se predominio da cor negra (preta+parda) com 54% (1.193), seguida da branca 25% (544). 19% (426) nao tinham informacao. Por fim, constatou-se que o carater de urgencia tem maior expressividade, 73% (1.601), e o valor total gasto com as internacoes foi R$ 1.419.828,48. Apesar da baixa letalidade da doenca, o presente estudo confirmou a relevância da ocorrencia de internacoes hospitalares por causas relacionadas a hanseniase, especialmente por complicacoes decorrentes da doenca. E notoria a identificacao crescente de internacoes de 2008 a 2015. O sistema de saude (SUS) e os profissionais inseridos nele devem atuar com o objetivo de minimizar as internacoes desses pacientes, atuando principalmente na atencao primaria. Sao necessarias acoes que sejam voltadas para a adesao desses pacientes ao tratamento efetivo e para o diagnostico precoce.