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Abstract
Este artigo aborda as tensões que surgem na Pro Arte, associação de artistas e “amantes" das artes alemãs, a partir de sua tomada pelas autoridades alemãs no Brasil ao final de 1933. Após o Putsch, a associação passou a ser um centro de difusão de propaganda nazista, o que gerou reações tardias do aparato repressor do Estado Novo e da imprensa nacional após a declaração de Guerra aos países do Eixo em 1942. A trajetória da Pro Arte, fundada em 1931, fora precedida pela atuação de seu principal fundador, Theodor Heuberger, que organizava exposições desde 1924. Na Pro Arte, Heuberger tramou cooperações internacionais com a Deutsche Akademie München e a Deutscher Werkbund, duas instituições de prestígio no campo das humanidades e das artes na Alemanha. Os Salões da Pro Arte, organizados por Alberto Guignard, integraram brasileiros e alemães, modernistas e acadêmicos, comunistas e nacionalistas, etc. Sua politica cultural, baseada em exposições, publicações, cursos de línguas, bolsas de estudos, intercambio de artistas e cientistas, etc. Alcançando quase um milhar de associados, a Pro Arte se destacou muito dentre a Deutschtum nacional, o que atraiu a atenção das autoridades alemãs. Curiosamente, a perseguição do aparato repressor do Estado Novo, especialmente do DOPS, não impactou diretamente a Pro Arte, dado que esta era uma instituição cultural brasileira. Os relatos do DOPS contém informações desencontradas, erros grosseiros e todo tipo de especulação - sendo que os danos mais graves à associação se deram nas manchetes dos jornais. Os ecos da propaganda e da política cultural nazista no Brasil através da Pro Arte são o principal objeto desse artigo.