{"title":"Dispositivos de disciplinamento e controle na formação de professores","authors":"R. Loureiro, Luciana de Lima","doi":"10.18226/21784612.V25.E020008","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A formacao docente pode ser analisada sob varias perspectivas. Neste artigo procura-se enfocar a formacao docente como um instrumento politico de manipulacao e de controle das racionalidades e subjetividades dos sujeitos em formacao. Procura-se entender essa dominacao sobre seus alunos. Trata-se de um exercicio estrategico de biopoder exercido por uma governamentalidade dominante. Este papel das formacoes parece ser um dos principais elementos motivadores das licenciaturas e das formacoes continuadas de docentes no Brasil. A mobilizacao das racionalidades e subjetividades esperada pela governamentalidade gera estratificacoes nas relacoes entre os atores envolvidos com educacao, criando grupos definidos de cooperacao e rompimentos entre os sujeitos. A formacao como um espaco de manifestacao dos dispositivos disciplinares e de poder sao identificados nas acoes de formacao docente e correspondem a estratificacao e a manutencao do biopoder de controle das racionalidades e das subjetividades do individuo. O objetivo deste trabalho e analisar as condicoes da existencia do poder exercido sobre as formacoes docentes. Busca-se reconhecer tres formas estrategicas atraves das quais estes dispositivos de disciplinamento sao exercidos. A primeira se da em relacao ao posicionamento dos formadores e formandos em questoes etnicas, sociais e religiosas que estabelecem padroes eticos e morais aceitaveis pela governamentalidade. A segunda, pelas formas de dominacao exercidas nas formacoes docentes que tendem a separar os individuos de seus produtos intelectuais e subjetividades. A terceira, pelas formas de sujeicao praticadas em relacao ao individuo mobilizadas externamente pelas instituicoes ou internamente pelo proprio individuo submetido ao processo formativo, assegurando sua submissao ao biopoder dominante.","PeriodicalId":260095,"journal":{"name":"Conjectura filosofia e educação","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2020-03-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Conjectura filosofia e educação","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.18226/21784612.V25.E020008","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
A formacao docente pode ser analisada sob varias perspectivas. Neste artigo procura-se enfocar a formacao docente como um instrumento politico de manipulacao e de controle das racionalidades e subjetividades dos sujeitos em formacao. Procura-se entender essa dominacao sobre seus alunos. Trata-se de um exercicio estrategico de biopoder exercido por uma governamentalidade dominante. Este papel das formacoes parece ser um dos principais elementos motivadores das licenciaturas e das formacoes continuadas de docentes no Brasil. A mobilizacao das racionalidades e subjetividades esperada pela governamentalidade gera estratificacoes nas relacoes entre os atores envolvidos com educacao, criando grupos definidos de cooperacao e rompimentos entre os sujeitos. A formacao como um espaco de manifestacao dos dispositivos disciplinares e de poder sao identificados nas acoes de formacao docente e correspondem a estratificacao e a manutencao do biopoder de controle das racionalidades e das subjetividades do individuo. O objetivo deste trabalho e analisar as condicoes da existencia do poder exercido sobre as formacoes docentes. Busca-se reconhecer tres formas estrategicas atraves das quais estes dispositivos de disciplinamento sao exercidos. A primeira se da em relacao ao posicionamento dos formadores e formandos em questoes etnicas, sociais e religiosas que estabelecem padroes eticos e morais aceitaveis pela governamentalidade. A segunda, pelas formas de dominacao exercidas nas formacoes docentes que tendem a separar os individuos de seus produtos intelectuais e subjetividades. A terceira, pelas formas de sujeicao praticadas em relacao ao individuo mobilizadas externamente pelas instituicoes ou internamente pelo proprio individuo submetido ao processo formativo, assegurando sua submissao ao biopoder dominante.