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Abstract
O autor apresenta originalidade no olhar concernente à compreensão do racismo enquanto estrutura, suas correlatas consequências e os dispositivos sociais e cognitivos que permitem sua permanência. Resultado de uma instigante e genuína pesquisa qualitativa, onde aplicou-se a técnica de grupo focal junto a jovens negros e brancos, em diálogo a um robusto aparato teórico, o autor construiu o conceito de capital racial e o apresenta como uma chave de compreensão do racismo em sua concepção de estrutura estruturante e um poder simbólico e suas perspectivas paradigmáticas. Em seu desenvolvimento, demonstra como o capital racial inculcou (inculca) nos corpos e nas mentes a representação depreciada sobre as pessoas negras, sua cultura e modos de vida e, sobretudo, como esta transita para o universo das relações materiais e econômicas, redefinindo valorações e mantendo intactas, no século XXI, as hierarquias observadas na sociedade colonial. Sob a retórica da cidadania, igualdade de direitos e universalidade a desvaloração simbólica segue definindo o lugar da população negra nas sociedades, em oposição a população considerada branca.