{"title":"Cristalização da Paisagem","authors":"Maria de Fátima Lambert","doi":"10.1145/3483529.3483706","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Albano Afonso é um artista brasileiro que investiga imagens – enquanto perceptos e ideias – privilegiando a fotografia em apresentações instalativas. Na sua produção artística toma a paisagem como conceito, subsumida em reconfiguração digital, a partir de excertos reorganizados digitalmente. Nas viagens de pesquisa regista organizações de paisagem, de valência patrimonial, tal como o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, parte integrante da série Cristalização da Paisagem. Consideram-se as instalações fotográficas “re-compósitas” do Jardim Botânico Rio de Janeiro, em formato wallpaper/site specific - faixas longitudinais impressas aplicadas diretamente na parede. Nas missões estéticas de A. Afonso, os registos proliferam, depois abordados mediante metodologias entrecruzadas, desenvolvidas em fases processuais consecutivas. Identifica os excertos de paisagem, isola-os e recria-os digitalmente. Gera uma composição centrípeta ou centrífuga, subvertendo a iconografia original. Os elementos, retirados das suas fotografias, assumem novas proporcionalidades estéticas. A inventariação dos detalhes é “subvertida” – entre o ínfimo e o maior – sendo compostos em panorâmica ajustada à área expositiva. A. Afonso inventa uma pele de parede/wallpaper que proporciona ao espetador uma vidência imersiva, experienciada sob processo introjetivo-projetivo. A fruição desencadeada por este ambiente construído, fusiona o natural ao paisagístico, a partir de concatenações psicoafectivas e socioculturais, sob égide de circunscrições memoriais. A imersão nesta paisagem que “inexiste”, pode evocar o reconhecimento direto do Jardim Botânico ou através de constructos iconográficos e literários. A carga patrimonial e histórica adquire, por intenção e concretização de A. Afonso, uma vivificação estética que torna a tékné e a poiesis cúmplices diletas para receção imersiva do público. Albano Afonso is a Brazilian artist who investigates images, favoring photography in installation presentations. He understands landscape as a concept, subsumed in a digital reconfiguration, from excerpts digitally reorganized. In his research journeys, he registers landscape organizations, of patrimonial value, such as Rio de Janeiro Botanical Garden, the landscape subject of \"Crystallization of Landscape\". The “re-composite” photographic installations at the Rio de Janeiro Botanical Garden appear as wallpaper/site specific - printed longitudinal strips applied directly to the wall. In A. Afonso's aesthetic missions, records are approached through intersecting methodologies, developed in consecutive phases. He identifies landscape snippets, isolates and recreates it digitally. He generates a centripetal or centrifugal composition, subverting the original iconography. The selected elements assume new aesthetic proportions and the inventory of details is “subverted” – between the smallest and the largest – in a panoramic configuration adjusted to the exhibition area. A. Afonso creates a wall/wallpaper skin that provides the spectator with an immersive clairvoyance/enjoyment, under an introjective-projective assumption; it merges the natural with the landscape, from psycho-affective and sociocultural concatenations, under the aegis of memorial areas. Immersion in this landscape that “does not exist” will evoke direct recognition of the place or through visual-verbic constructs. The heritage and historical load acquires an aesthetic vivification, where tékné and poiesis are favorite accomplices for the reception of the public.","PeriodicalId":442152,"journal":{"name":"10th International Conference on Digital and Interactive Arts","volume":"81 3 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-10-13","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"10th International Conference on Digital and Interactive Arts","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1145/3483529.3483706","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Albano Afonso é um artista brasileiro que investiga imagens – enquanto perceptos e ideias – privilegiando a fotografia em apresentações instalativas. Na sua produção artística toma a paisagem como conceito, subsumida em reconfiguração digital, a partir de excertos reorganizados digitalmente. Nas viagens de pesquisa regista organizações de paisagem, de valência patrimonial, tal como o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, parte integrante da série Cristalização da Paisagem. Consideram-se as instalações fotográficas “re-compósitas” do Jardim Botânico Rio de Janeiro, em formato wallpaper/site specific - faixas longitudinais impressas aplicadas diretamente na parede. Nas missões estéticas de A. Afonso, os registos proliferam, depois abordados mediante metodologias entrecruzadas, desenvolvidas em fases processuais consecutivas. Identifica os excertos de paisagem, isola-os e recria-os digitalmente. Gera uma composição centrípeta ou centrífuga, subvertendo a iconografia original. Os elementos, retirados das suas fotografias, assumem novas proporcionalidades estéticas. A inventariação dos detalhes é “subvertida” – entre o ínfimo e o maior – sendo compostos em panorâmica ajustada à área expositiva. A. Afonso inventa uma pele de parede/wallpaper que proporciona ao espetador uma vidência imersiva, experienciada sob processo introjetivo-projetivo. A fruição desencadeada por este ambiente construído, fusiona o natural ao paisagístico, a partir de concatenações psicoafectivas e socioculturais, sob égide de circunscrições memoriais. A imersão nesta paisagem que “inexiste”, pode evocar o reconhecimento direto do Jardim Botânico ou através de constructos iconográficos e literários. A carga patrimonial e histórica adquire, por intenção e concretização de A. Afonso, uma vivificação estética que torna a tékné e a poiesis cúmplices diletas para receção imersiva do público. Albano Afonso is a Brazilian artist who investigates images, favoring photography in installation presentations. He understands landscape as a concept, subsumed in a digital reconfiguration, from excerpts digitally reorganized. In his research journeys, he registers landscape organizations, of patrimonial value, such as Rio de Janeiro Botanical Garden, the landscape subject of "Crystallization of Landscape". The “re-composite” photographic installations at the Rio de Janeiro Botanical Garden appear as wallpaper/site specific - printed longitudinal strips applied directly to the wall. In A. Afonso's aesthetic missions, records are approached through intersecting methodologies, developed in consecutive phases. He identifies landscape snippets, isolates and recreates it digitally. He generates a centripetal or centrifugal composition, subverting the original iconography. The selected elements assume new aesthetic proportions and the inventory of details is “subverted” – between the smallest and the largest – in a panoramic configuration adjusted to the exhibition area. A. Afonso creates a wall/wallpaper skin that provides the spectator with an immersive clairvoyance/enjoyment, under an introjective-projective assumption; it merges the natural with the landscape, from psycho-affective and sociocultural concatenations, under the aegis of memorial areas. Immersion in this landscape that “does not exist” will evoke direct recognition of the place or through visual-verbic constructs. The heritage and historical load acquires an aesthetic vivification, where tékné and poiesis are favorite accomplices for the reception of the public.