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Abstract
A psicanálise faz parte da “grande família de tecnologias sexuais”, Foucault argumenta no primeiro volume da História da sexualidade, e está intimamente associada à história do dispositivo de sexualidade, que constitui a sua arqueologia. A recente publicação póstuma do quarto volume desta obra permite refinar a leitura da psicanálise por Foucault e esclarecer sua filiação com o poder pastoral. A genealogia do sujeito de desejo através da problematização da carne cristã parece ser uma genealogia implícita da psicanálise. Cabe, portanto, perguntar em que consiste essa extensão indireta da arqueologia da psicanálise estabelecida na Vontade de Saber pela sua genealogia implícita nas Confissões da carne, e a que essa genealogia revela. Surge aqui a questão de saber se a própria psicanálise não pode participar dessa genealogia realizada por Foucault, assumindo sua função de “saber perspectivado” e de epistemologia situada. A explicitação dos escritos dos padres apostólicos por Foucault servirá de bússola para repensar as noções de sexualidade, poder, e sujeito nas teorizações e práticas analíticas.