Souza Bc, J. Galvão-Alves, J. Sabino, Clare Cm, R. Farina, Haddad Af
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Abstract
Desde dezembro de 2019, o coronavírus da síndrome respiratória aguda grave 2 (SARS-Cov-2), inicialmente identificado na cidade chinesa de Wuhan, vem se disseminando rapidamente por todo o mundo, sendo responsável pela pandemia em curso, cuja dimensão já superou 33.000.000 casos confirmados e 995.000 mortes1 . A gravidade da doença pelo coronavírus 19 (Covid-19) varia de infecção subclínica a condições graves, com necessidade de internação em unidade intensiva, e cuja taxa de letalidade oscila entre 1-7%2 . Apresenta também um espectro clínico bastante rico, representado principalmente por sintomas relacionados ao trato respiratório, no entanto, devido à extensa expressão e distribuição da enzima de conversão da angiotensina 2 (ECA2) no organismo humano, a qual atua como receptor capaz de permitir a entrada do vírus nas células humanas, a Covid-19 pode ser considerada uma doença multiorgânica. A ECA2 está presente nas células epiteliais biliares e hepáticas, tornando o fígado alvo potencial para esta infecção. Estudo recente avaliou a expressão da ECA2 no pâncreas e concluiu que sua concentração era ainda maior do que nos pulmões, indicando que o SARS-CoV-2 também pode se ligar a este receptor no sítio pancreático, causando lesão3 . As anormalidades pancreáticas descritas na literatura incluem não somente a elevação assintomática de amilase e/ou lipase, mas também episódios de pancreatite aguda, sendo mais prevalentes nas formas severas da Covid-194 .