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Abstract
“O papel de parede amarelo”, conto de Charlotte Perkins Gilman, tem um valor estimado para alem do campo literario. Originalmente publicado em 1892, sua versao em portugues, da Editora Jose Olympio, e de 2018. Redescoberta pelo feminismo norte-americano na decada de 1970, a obra foi considerada um classico da literatura feminista, e e um livro raro de uma escritora do seculo XIX sobre politica sexual. A historia gira em torno do adoecimento, um tipo de fadiga mental, vivido pela protagonista, mulher branca, de classe media, letrada, tratada pelo marido que e medico renomado. Estes marcadores localizados nas experiencias de genero, raca e classe social, produzem uma protagonista adequada ao perfil da mulher como sujeito politico do feminismo branco. Nesta obra, o carater autobiografico se faz presente, e o principal marcador que pode aproximar as experiencias de mulheres das vivencias da personagem deste conto, e sua condicao emocional. A narradora relata seu sofrimento psiquico e o tratamento imposto pelo marido, vividos nas experiencias de conjugalidade e de maternidade, e intensamente, ressignificados a partir de sua relacao com o papel de parede do quarto de crianca da casa provisoria. A historia permite refletir sobre o lugar da mulher como sujeito politico e a experiencia subjetiva engendrada nos processos de genero.