{"title":"A militância pelo afeto: táticas femininas para enganar perpetradores durante a ditadura civil-militar brasileira (1964-1984)","authors":"Marta Rovai","doi":"10.4000/ORDA.3531","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O artigo trata da militância de mulheres, na cidade de Osasco/SP, Brasil, durante a ditadura civil-militar. Entre os anos de 2005 e 2012 foram realizadas entrevistas com mulheres que atuaram entre a guerrilha e o espaco domestico. Sem que essas mulheres possuissem envolvimento politico com movimento estudantil ou sindical e sem militância na guerrilha, contaram como as prisoes de seus entes queridos afetaram suas vidas e o espaco domestico. Movidas pelo afeto, pela vontade de defender a vida de amigos e familiares, presos e torturados, elas desenvolveram formas inovadoras para conseguir atender os seus objetivos, desde defender suas casas, esconder material da guerrilha e provas, visitar os presos e garantir a comunicacao entre eles e suas familias. Atuaram, tambem, na luta pela anistia. Movidas pela paixao, demonstraram que a militância pode ser subversiva de muitas formas, inclusive utilizando estigmas morais em torno de representacoes femininas para criar praticas de resistencia.","PeriodicalId":405336,"journal":{"name":"L'Ordinaire des Amériques","volume":"330 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2017-06-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"L'Ordinaire des Amériques","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.4000/ORDA.3531","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
O artigo trata da militância de mulheres, na cidade de Osasco/SP, Brasil, durante a ditadura civil-militar. Entre os anos de 2005 e 2012 foram realizadas entrevistas com mulheres que atuaram entre a guerrilha e o espaco domestico. Sem que essas mulheres possuissem envolvimento politico com movimento estudantil ou sindical e sem militância na guerrilha, contaram como as prisoes de seus entes queridos afetaram suas vidas e o espaco domestico. Movidas pelo afeto, pela vontade de defender a vida de amigos e familiares, presos e torturados, elas desenvolveram formas inovadoras para conseguir atender os seus objetivos, desde defender suas casas, esconder material da guerrilha e provas, visitar os presos e garantir a comunicacao entre eles e suas familias. Atuaram, tambem, na luta pela anistia. Movidas pela paixao, demonstraram que a militância pode ser subversiva de muitas formas, inclusive utilizando estigmas morais em torno de representacoes femininas para criar praticas de resistencia.