Andréia Burille, Tatiana Engel Gerhardt, Marta Júlia Marques Lopes, Guilherme Coelho Dantas
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Abstract
Resumo O artigo discute subjetividades cotidianas que podem fragilizar ou (re)afirmar a masculinidade e, por conseguinte, afastar os homens rurais do cuidado para com a saúde. Com abordagem qualitativa, a pesquisa foi aplicada em uma comunidade rural de município localizado no sul do Rio Grande do Sul com a participação de doze homens que vivenciaram adoecimento cardiovascular crônico. Os achados ilustram diferentes ações eleitas pelos entrevistados como ameaçadoras à masculinidade e que, portanto, devem ser evitadas ou negadas, redirecionando-se para um movimento de afirmação dos estereótipos de gênero. Evidenciou-se nas análises que determinadas prescrições associadas à masculinidade - como a crença na invulnerabilidade, o papel de provedor e a associação do cuidado com a feminilidade - podem acarretar prejuízos à saúde física, mental e social dos homens, em especial no envelhecimento, quando as fronteiras entre o que se deseja e o que se consegue atender se acentuam. Com o olhar para o rural, o estudo fornece aportes para pensar ações no campo da promoção da saúde masculina em sua pluralidade de contextos de vida, trazendo para a discussão o cenário de vida camponês e suas especificidades produtivas, que conformam e moldam situações de saúde.