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Abstract
Em 1952, um médico martinicano desconhecido chamado Frantz Fanon publicaria uma contundente denúncia do racismo estrutural na região do antigo Império Francês. Seu livro, Pele negra, máscaras brancas, além de ter pela primeira vez traçado um diagnóstico psiquiátrico da alienação causada pelo racismo, introduziria uma série de inovações como a interdisciplinaridade e o processualismo, que seriam em seguida adotadas pelas ciências sociais. Mas também revelaria uma decepção sofrida com o tratamento que recebeu na metrópole e um descontentamento com os temas propostos pelos movimentos de contestação então existentes, concluindo sua obra com mais dilemas do que soluções. Nos anos seguintes, Fanon se tornaria um militante anticolonialista mundialmente respeitado, como dirigente da Frente Nacional de Libertação da Argélia. Publicaria então, meses antes do seu falecimento, Os condenados da terra, uma áspera crítica das soluções políticas estabelecidas na África pós-colonial. Porém, no momento em que o movimento social estava internacionalmente se diversificando e as culturas tradicionais ganhavam destaque na pós-colonialidade, ele promoveria uma depreciação sistemática daquelas culturas e uma superestimação do papel dos partidos revolucionários, os quais, vitoriosos, terminaram decepcionando a humanidade militante, ao instituir uma espécie de neoabsolutismo e criar novos sistemas de exploração e opressão.
1952年,一位不知名的马提尼克医生弗朗茨·法农(Frantz Fanon)发表了一篇强烈谴责前法兰西帝国地区结构性种族主义的文章。他的书《黑皮肤,白面具》(black skin, white masks)不仅首次对种族主义导致的异化进行了精神病学诊断,还引入了跨学科和程序主义等一系列创新,这些创新后来被社会科学采用。但这也揭示了他对自己在大都市所受到的待遇的失望,以及对当时存在的争议运动所提出的主题的不满,使他的作品以更多的困境而不是解决方案结束。在接下来的几年里,他成为了一名受人尊敬的反殖民主义活动家,担任阿尔及利亚民族解放阵线的领导人。在他去世前几个月,他出版了《地球的诅咒》,对后殖民时期非洲建立的政治解决方案进行了严厉的批评。,当时的社会运动在国际多元化和文化传统后-colonialidade,他赢了这有利于社会系统的折旧的文化和革命党派的作用,过高的武装,胜利,最终让人类,通过建立一种neoabsolutismo创建新系统的剥削和压迫。