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Abstract
O artigo apresenta informações sobre o Sítio Dagomé, um candomblé rural que funcionou na cidade de Salvador (Bahia) entre as décadas de 1830 e 1870. A partir de uma planta topográfica do terreiro produzida no fim do século XIX, o artigo explora as possibilidades historiográficas da cartografia para revelar aspectos da espacialidade, a sociabilidade e a práxis ritual do grupo religioso. Num segundo momento, trata do candomblé rural e dos conflitos fundiários entre rendeiros e proprietários, mostrando a imbricação entre a luta pela posse da terra, a economia agrícola e a institucionalização do candomblé. Na parte final, o texto examina a rede social da liderança do terreiro, indagando até que ponto a comunicação atlântica mediada por mercadores e viajantes africanos, na primeira metade do século, teve alguma incidência na formação do sítio Dagomé.