Marcos Allan da Silva Linhares, Keyme Gomes Lourenço, Lúcia de Fátima Dinelli Estevinho
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Abstract
Este ensaio, escrito ao modo narrativo e experimentativo, procura flagrar alianças que emergem do espaço urbano e que interseccionam natureza-cidade-educação, compondo paisagens multiespécies que nos mostrem caminhos possíveis para pensarmos educações-outras. Para criar uma escrita em experimentação fizemos alianças epistemológicas com as antropólogas Anna Tsing e Donna Harawaye com trabalhos do campo da filosofia da diferença de Deleuze e Guattari. Dessa forma esse trabalho foi tecido como se caminha por aí, atravessando as dobras da cidade, nas vielas ora de cimento, ora de palavras. Caminhamos com o corpo ao subir e descer ruas, produzíamos uma conversa contínua entre nós e os seres das cidades, humanos e não-humanos. Esses encontros foram disparadores potentes para a criação de narrativas que se expressam através de imagens, textos, grafias, contos, enredos que compõem aquilo que nos marcou e nos fez vibrar pelo caminhar. A caminhada como método para produção de narrativas de uma cidade em ruínas, nos abre a possibilidade de conhecer e também de participar de negociações que produzem as paisagens-multiespécies na cidade. Produzir narrativas que permitem serem permeadas pelo fluxo de devir-escrita-caminhar significa atentar-se enquanto pesquisadores-professores-artistas a escutar mais do que falar, de tornar-se acolhedor daquilo que é pequeno e passa despercebido, de reaprender a todo momento, de expor-se aos inesperados das descobertas que vão ecoar não dos grandes prédios, mas sim daquilo que estará entre eles, nas frestas que eles deixam na composição da paisagem que são preenchidas e arrochadas pelos habitantes humanos e não-humanos.