{"title":"Literatura no currículo de Pedagogia: um território em disputa?","authors":"Diana Maria Leite Lopes Saldanha, Marly Amarilha","doi":"10.1590/1984-0411.86011","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"RESUMO Este artigo discute e analisa o ensino de literatura nos cursos de Pedagogia de 27 universidades federais brasileiras. Adota a abordagem descritiva-analítica. A leitura de literatura permanece um tema recorrente em discussões de âmbito educacional. É uma prática que permite a interação entre os sujeitos das diversas sociedades e colabora na constituição do ser humano. Partindo dessa assertiva, o ensino de literatura deve estar inserido nos currículos dos pedagogos, que são os primeiros professores de crianças. Os dados revelam que a maioria das universidades oferta a disciplina em caráter optativo, demonstrando a frágil presença da literatura na formação de professores e ratificando a ideia de currículo como território de poder e disputa. A oferta da disciplina como optativa não garante sua efetivação, pois depende de uma série de circunstâncias relacionadas à dinâmica das instituições, tornando-se um atalho. A análise de instituições das regiões Nordeste e Sudeste, delimitação deste artigo, demonstrou um número significativo de graduandos que deixam de cursar a disciplina, quando há a oferta como optativa. De fato, algumas universidades não têm condições de assegurar essa oferta e de proporcionar esse conhecimento teórico-metodológico aos graduandos. A lacuna deixada na formação repercutirá na atuação do futuro pedagogo. É preciso uma mudança de proposta curricular para legitimar e garantir um conhecimento que é fundamental na formação dos primeiros professores, mas tem percorrido atalhos para se efetivar.","PeriodicalId":45723,"journal":{"name":"Educar em Revista","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.2000,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Educar em Revista","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1590/1984-0411.86011","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"EDUCATION & EDUCATIONAL RESEARCH","Score":null,"Total":0}
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Abstract
RESUMO Este artigo discute e analisa o ensino de literatura nos cursos de Pedagogia de 27 universidades federais brasileiras. Adota a abordagem descritiva-analítica. A leitura de literatura permanece um tema recorrente em discussões de âmbito educacional. É uma prática que permite a interação entre os sujeitos das diversas sociedades e colabora na constituição do ser humano. Partindo dessa assertiva, o ensino de literatura deve estar inserido nos currículos dos pedagogos, que são os primeiros professores de crianças. Os dados revelam que a maioria das universidades oferta a disciplina em caráter optativo, demonstrando a frágil presença da literatura na formação de professores e ratificando a ideia de currículo como território de poder e disputa. A oferta da disciplina como optativa não garante sua efetivação, pois depende de uma série de circunstâncias relacionadas à dinâmica das instituições, tornando-se um atalho. A análise de instituições das regiões Nordeste e Sudeste, delimitação deste artigo, demonstrou um número significativo de graduandos que deixam de cursar a disciplina, quando há a oferta como optativa. De fato, algumas universidades não têm condições de assegurar essa oferta e de proporcionar esse conhecimento teórico-metodológico aos graduandos. A lacuna deixada na formação repercutirá na atuação do futuro pedagogo. É preciso uma mudança de proposta curricular para legitimar e garantir um conhecimento que é fundamental na formação dos primeiros professores, mas tem percorrido atalhos para se efetivar.