{"title":"Discurso do Analista e Democracia em Risco: Por Que o Psicanalista Não Pode Ser Bolsonarista?","authors":"Angela Silva, Livia Ferreira","doi":"10.12957/epp.2023.80460","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O objetivo deste trabalho é responder por que um psicanalista não pode ser bolsonarista. Para isso, partimos da articulação entre a noção de pós-verdade e verdade sob uma perspectiva psicanalítica. Por meio de uma revisão teórica, discorremos sobre tais perspectivas tendo como cenário o contexto brasileiro das últimas eleições presidenciais e da gestão da pandemia de COVID-19. Articulamos pós-verdade e verdade a uma terceira noção, a autoverdade, a partir da discussão sobre a importância que assume o discurso do psicanalista quando este se posiciona diante dos outros discursos propostos por Lacan, sobretudo em um contexto de risco à democracia. Concluímos que a partir da dimensão clínica, eixo central de sua prática, o psicanalista não pode ser bolsonarista porque, ao ocupar o lugar de a, não estabelece com o outro uma relação de manutenção de um gozo destrutivo, gozo que não leva em conta a responsabilidade subjetiva cujas incidências mais prementes se dão sobre a vivência da alteridade.","PeriodicalId":33275,"journal":{"name":"Estudos e Pesquisas em Psicologia","volume":"11 6","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-12-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Estudos e Pesquisas em Psicologia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.12957/epp.2023.80460","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O objetivo deste trabalho é responder por que um psicanalista não pode ser bolsonarista. Para isso, partimos da articulação entre a noção de pós-verdade e verdade sob uma perspectiva psicanalítica. Por meio de uma revisão teórica, discorremos sobre tais perspectivas tendo como cenário o contexto brasileiro das últimas eleições presidenciais e da gestão da pandemia de COVID-19. Articulamos pós-verdade e verdade a uma terceira noção, a autoverdade, a partir da discussão sobre a importância que assume o discurso do psicanalista quando este se posiciona diante dos outros discursos propostos por Lacan, sobretudo em um contexto de risco à democracia. Concluímos que a partir da dimensão clínica, eixo central de sua prática, o psicanalista não pode ser bolsonarista porque, ao ocupar o lugar de a, não estabelece com o outro uma relação de manutenção de um gozo destrutivo, gozo que não leva em conta a responsabilidade subjetiva cujas incidências mais prementes se dão sobre a vivência da alteridade.