{"title":"A “Língua neutra” nas dinâmicas normativas do português e do espanhol","authors":"Xoán Carlos Lagares","doi":"10.58992/rld.i80.2023.4009","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Ao comparar as dinâmicas normativas do português e do castelhano, comprovamos que existem diferenças consideráveis no desenvolvimento histórico de seus espaços linguísticos e dos modelos de gestão da norma-padrão. Enquanto empresas de comunicação fazem uso do conceito de “espanhol neutro”, como estratégia para ampliar mercados, e instituições internacionais como a ASALE elaboram instrumentos que dizem descrever um español total, as condições históricas que provocaram a constituição de dois grandes centros normativos do português, em Portugal e no Brasil, fazem que a própria ideação de um “português neutro” pareça impossível. À falta de uma política de gestão ampliada da língua por parte de Portugal, junta-se no caso do português a precária constituição de um mercado linguístico internacional, com a desigual circulação de bens culturais entre seus principais centros normativos. A comparação de ambas as dinâmicas permite compreender as condições materiais que fundamentam uma ideologia de língua unida, no caso do espanhol, e por outro lado produzem uma ideologia da divisão linguística no caso do português.","PeriodicalId":507773,"journal":{"name":"Revista de Llengua i Dret","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-12-13","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista de Llengua i Dret","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.58992/rld.i80.2023.4009","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Ao comparar as dinâmicas normativas do português e do castelhano, comprovamos que existem diferenças consideráveis no desenvolvimento histórico de seus espaços linguísticos e dos modelos de gestão da norma-padrão. Enquanto empresas de comunicação fazem uso do conceito de “espanhol neutro”, como estratégia para ampliar mercados, e instituições internacionais como a ASALE elaboram instrumentos que dizem descrever um español total, as condições históricas que provocaram a constituição de dois grandes centros normativos do português, em Portugal e no Brasil, fazem que a própria ideação de um “português neutro” pareça impossível. À falta de uma política de gestão ampliada da língua por parte de Portugal, junta-se no caso do português a precária constituição de um mercado linguístico internacional, com a desigual circulação de bens culturais entre seus principais centros normativos. A comparação de ambas as dinâmicas permite compreender as condições materiais que fundamentam uma ideologia de língua unida, no caso do espanhol, e por outro lado produzem uma ideologia da divisão linguística no caso do português.