{"title":"GREVE DE MULHERES EM ABYA YALA","authors":"Cristiane Troina Ferreira, Livian Lino Netto, Aline Accorssi","doi":"10.14295/momento.v32i02.15652","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Em outubro de 2016, na Argentina, Lucía Pérez foi drogada, estuprada, empalada e morta por três homens. Deixaram-na em um hospital alegando que ela havia tido uma overdose de cocaína. Esse feminicídio ocorreu na mesma semana em que no país acontecia o Encontro Nacional de Mulheres de Rosário. A violência desta morte foi o estopim para desencadear uma reação coletiva de mulheres, não só na Argentina, mas em todo mundo. Sob o lema “Ni una a menos! Vivas y libres nos queremos!”, mulheres foram chamadas para irem às ruas. A greve instaurada transformou a mobilização contra os feminicídios em um movimento massivo, transnacional, capaz de conectar as violências machistas e econômicas, denunciando a exploração capitalista. Apesar disso, muitas mulheres ao redor do mundo e na própria América Latina não pararam com esse grande movimento. No Brasil, por exemplo, meses antes da morte de Lucía, uma adolescente de 16 anos, havia sido violentada por um grupo de 30 homens, que registraram a violência em vídeo. Esse fato não gerou repercussão significativa afim de conectar as mulheres brasileiras no movimento de greve. Diante disso, nossa proposta é refletir acerca dos desafios do movimento de mobilização de mulheres que, embora tenha se transnacionalizado, precisa sensibilizar um maior número de pessoas a fim de construir uma rede com potência capaz de transformar a realidade.","PeriodicalId":246015,"journal":{"name":"Momento - Diálogos em Educação","volume":"36 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-09-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Momento - Diálogos em Educação","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.14295/momento.v32i02.15652","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Em outubro de 2016, na Argentina, Lucía Pérez foi drogada, estuprada, empalada e morta por três homens. Deixaram-na em um hospital alegando que ela havia tido uma overdose de cocaína. Esse feminicídio ocorreu na mesma semana em que no país acontecia o Encontro Nacional de Mulheres de Rosário. A violência desta morte foi o estopim para desencadear uma reação coletiva de mulheres, não só na Argentina, mas em todo mundo. Sob o lema “Ni una a menos! Vivas y libres nos queremos!”, mulheres foram chamadas para irem às ruas. A greve instaurada transformou a mobilização contra os feminicídios em um movimento massivo, transnacional, capaz de conectar as violências machistas e econômicas, denunciando a exploração capitalista. Apesar disso, muitas mulheres ao redor do mundo e na própria América Latina não pararam com esse grande movimento. No Brasil, por exemplo, meses antes da morte de Lucía, uma adolescente de 16 anos, havia sido violentada por um grupo de 30 homens, que registraram a violência em vídeo. Esse fato não gerou repercussão significativa afim de conectar as mulheres brasileiras no movimento de greve. Diante disso, nossa proposta é refletir acerca dos desafios do movimento de mobilização de mulheres que, embora tenha se transnacionalizado, precisa sensibilizar um maior número de pessoas a fim de construir uma rede com potência capaz de transformar a realidade.