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Abstract
Este artigo analisa a produção de discursos científicos e midiáticos sobre o corpo tatuado durante a primeira metade do século XX. No curso do texto, discutiremos como a estratégia discursiva de instituições privilegiadas de produção e circulação de discursos, notadamente a ciência e a imprensa, investiram na construção de uma imagem da tatuagem associada ao desvio, à criminalidade e a uma suposta insuficiência moral de seu portador. Como resultado, os tatuados foram representados como potencialmente criminosos e constantemente colocados sob suspeita por meio de uma associação entre tatuagem e criminalidade que, embora tenha oscilado entre as noções lombrosianas do criminoso nato e a noção sociológica do sujeito como produto do meio social, não hesitaram em borrar as margens entre o sujeito tatuado e o sujeito potencialmente criminoso.