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Abstract
Vivemos tempos de negação do logos via sequestro e manipulação da mensagem religiosa por objetivos escusos. As religiões, mediações que visibilizam e viabilizam a relação com o Sagrado, vivência individual e comunitária, incontáveis vezes, são instrumentalizadas por interesses questionáveis, como conquista de poder político institucional. Considerando que os seres humanos, em processo de transcendência, através de símbolos religiosos vivenciam o sagrado, conquistando equilíbrio emocional e social, realizar uma crítica das práticas religiosas é sumamente importante. Se as religiões oscilam entre autenticidade e inautenticidade, o horizonte ético da prática religiosa recusa a manipulação e solicita o esclarecimento. O esclarecimento e a superação dos literalismos e fundamentalismos tornam-se vitais em sociedades democráticas, nas quais há a benéfica separação entre religiões e Estado e vigora o Estado democrático de Direito. As Religiões, entretanto, sem impor, mas, propondo, devem contribuir ao debate pública, assumindo a pluralidade através do diálogo intercultural, ecumênico e inter-religioso. O diálogo inter-religioso revelará diferenças, mas, um comum legado ético em defesa da dignidade da pessoa e da vida. Nunca mais, conforme Papa Francisco, as religiões sejam instrumentalizadas para justificar violências ou guerras, ao contrário, via amizade social possam contribuir – através da solidariedade, justiça e cuidado para com a Casa Comum – à Paz.