Jonatas Dutra Sallaberry, L. Venturini, Arthur Frederico Lerner, Leonado Flach
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Abstract
Objetivo: O objetivo do estudo é analisar se as cooperativas de crédito gerenciam seus resultados contábeis, a fim de suavizá-los por meio da provisão para créditos de liquidação duvidosa (income smoothing), sob uma perspectiva de inadimplência.
Metodologia: A amostra alcança 938 cooperativas singulares entre o período de dezembro de 2010 a dezembro de 2018, com dados do Banco Central do Brasil, testados por meio da técnica estatística de regressão múltipla, em painéis trimestrais.
Resultados: A variação do estoque de operações de créditos e o lucro líquido ajustado não foram estatisticamente significativos no modelo, no entanto não foi possível aceitar a hipótese de que as cooperativas de crédito utilizam a provisão de créditos de liquidação duvidosa (PCLD) como mecanismo para gerenciamento de resultados. A taxa de juros implícitos no resultado da renda de operação de crédito foi significativa, e, portanto, relacionada à variação da PCLD, enquanto a condição de livre admissão não demonstrou significância estatística. A variação da inadimplência apresentou significância no modelo, com coeficiente negativo, implicando coerência com a hipótese de gerenciamento de resultados, pois em cenário de maior inadimplência (risco) a relação é negativa e, portanto os níveis de PCLD são menores, evitando potenciais resultados negativos.
Contribuições do Estudo: Os resultados indicam ausência de gerenciamento de resultados por PCLD na amostra e período, contribuindo para a discussão das relações entre variáveis de gerenciamento de resultados. Isso possibilita as cooperativas de crédito refletir sobre sua estrutura interna de governança corporativa. Além disso, as evidências contribuem para o progresso da literatura sobre manipulação de resultados em cooperativas de crédito, para as quais existem poucos estudos disponíveis e exercem um papel importante no mercado brasileiro, garantindo fluxos de financiamento para setores econômicos não atendidos pelas instituições bancárias tradicionais.