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Abstract
Objetiva-se demarcar epistemologicamente uma sociologia do turismo, contextualizando turismo e turistas. Conceituamos turismo como um fenômeno social que se realiza com a viagem de turistas a lugares, expressão da era industrial capitalista moderna que envolve a oferta de serviços econômicos de hospitalidade, cuja racionalidade impacta dimensões espaciais, ambientais, socioculturais, morais e (geo)políticas de países e comunidades hospedeiras. O recorrente uso inadequado do temo turismo aponta uma transição de paradigmas em que o fenômeno deixa de ser definido e passa a ser conceituado como objeto de estudos. Distinguimos os termos deslocamento, viagem, turista e turismo, precisando e oferecendo significados como conceitos, como a distinção e associação de viajantes e peregrinos com hospitalidade e acolhimento. Para tal fim utilizamos uma variante idealista, materialista e histórica do método dialético, uma pesquisa teórica para afirmar a Sociologia do Turismo como campo legítimo do saber científico. Sociedade e turismo interagem e transformam-se dialeticamente. O século XXI, complexo contexto de superposição de modernidade e pós-modernidade engendra, no capitalismo tardio da revolução científica, tecnológica, organizacional e informacional, o turista híbrido, aquele que manipula sua identidade, quer como turista convencional no turismo de massa fordista, quer como um novo viajante com maior grau de autonomia e capital cultural no turismo flexível toyotista. Elevar o termo turista híbrido ao estatuto de conceito científico precisando-lhe um significado original é o principal resultado de nossa investigação. Concluímos que a diversificação do personagem torna o fenômeno turismo mais complexo do ponto de vista sociológico, humanista e civilizatório.