{"title":"Os usos do direito na América ultramarina portuguesa: entre o pragmatismo dos rústicos e a argumentação refinada dos letrados","authors":"Carmen Alveal, Marcos Wagner da Fonseca","doi":"10.11606/issn.2316-901x.v1i83p72-87","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este texto se propõe a dialogar com a obra do jurista António M. Hespanha, mais especificamente com o artigo “Porque é que existe e em que é que consiste um direito colonial brasileiro” e o livro Como os juristas viam o mundo. A partir de suas contribuições em torno do direito, pretende-se debater a existência de um direito local e o seu uso por instâncias locais em contraposição à concepção de um direito erudito, letrado, utilizado pelos oficiais régios. No período moderno, convivia-se com uma miríade de direitos: direito romano, canônico, comum (ius commune), régio, local e costumeiro. A primeira parte deste texto analisa processos judiciais referentes a questões fundiárias oriundas da Comarca de Paranaguá. A segunda foca alguns casos nos quais os oficiais também utilizaram as diferentes ordens normativas coexistentes em proveito próprio tendo como foco as Capitanias do Norte do Estado do Brasil. O objetivo é perceber o uso local do direito, aproximando-se do que o professor Hespanha afirmava, da existência de um direito “brasileiro” no período colonial.","PeriodicalId":31330,"journal":{"name":"Revista do Instituto de Estudos Brasileiros","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-12-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista do Instituto de Estudos Brasileiros","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.11606/issn.2316-901x.v1i83p72-87","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Este texto se propõe a dialogar com a obra do jurista António M. Hespanha, mais especificamente com o artigo “Porque é que existe e em que é que consiste um direito colonial brasileiro” e o livro Como os juristas viam o mundo. A partir de suas contribuições em torno do direito, pretende-se debater a existência de um direito local e o seu uso por instâncias locais em contraposição à concepção de um direito erudito, letrado, utilizado pelos oficiais régios. No período moderno, convivia-se com uma miríade de direitos: direito romano, canônico, comum (ius commune), régio, local e costumeiro. A primeira parte deste texto analisa processos judiciais referentes a questões fundiárias oriundas da Comarca de Paranaguá. A segunda foca alguns casos nos quais os oficiais também utilizaram as diferentes ordens normativas coexistentes em proveito próprio tendo como foco as Capitanias do Norte do Estado do Brasil. O objetivo é perceber o uso local do direito, aproximando-se do que o professor Hespanha afirmava, da existência de um direito “brasileiro” no período colonial.
本文旨在与法学家António M.Hespanha的工作进行对话,更具体地说,与《为什么存在巴西殖民权利以及什么是巴西殖民权利》一文和《Como os jujulias vidam o mundo》一书进行对话。从他对法律的贡献来看,这是为了辩论当地法律的存在及其在当地实例中的使用,以反对王室官员使用的学术性、文化性法律的概念。在现代,它拥有无数的权利:罗马法、规范法、普通法、皇家法、地方法和习惯法。本文的第一部分分析了巴拉那瓜县发生的与土地问题有关的诉讼。第二个重点是一些案例,在这些案例中,官员们为了自己的利益也使用了不同的共存规范性命令,重点是巴西州北部的上尉。目的是了解当地对法律的使用,接近赫斯潘哈教授所说的殖民时期“巴西”权利的存在。