Hélen Rimet Alves de Almeida, C. D. F. Melo, Danielle Feitosa Araújo, Karla Patrícia Martins Ferreira, A. Pichelli, Marina Braga Teófilo
{"title":"DIGNIDADE DE VIDA E MORTE: TERMINALIDADE DE PACIENTES COM CÂNCER EM ORTOTANÁSIA","authors":"Hélen Rimet Alves de Almeida, C. D. F. Melo, Danielle Feitosa Araújo, Karla Patrícia Martins Ferreira, A. Pichelli, Marina Braga Teófilo","doi":"10.4025/psicolestud.v27i0.48002","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Objetivou-se apreender a percepção e os significados expressos por pacientes oncológicos em cuidados paliativos exclusivos sobre a morte, o câncer e sua experiência do processo de finitude. Contou-se com a participação de dez pacientes com câncer: cinco em atendimento domiciliar e cinco em internação hospitalar. Utilizaram-se de diferentes instrumentos e técnicas, em etapas distintas. Para a realização da Etapa 1, realizaram-se observações, por meio de visitas sistemáticas e escuta livre, guiadas por um roteiro de observação, com registro em diário de campo. Para a Etapa 2, utilizou-se o Teste de Associação Livre de Palavras (TALP), com estímulos indutores ‘Câncer’ e ‘Morte’. Os dados foram compreendidos por meio de análise descritiva (Diário de campo) e categorização (TALP). Os resultados mostram que o câncer e o seu tratamento estão associados à dor e ao medo. Os participantes apresentam dualidades entre a esperança de cura e a certeza de prognóstico reservado, e entre a aceitação e a negação da morte. A família tem papel fundamental no acolhimento e na oferta de autonomia e dignidade do paciente em processo de morte, embora também sofram com o coadoecimento. A espiritualidade/religiosidade é uma estratégia de enfrentamento utilizada pelos pacientes, reduzindo a angústia espiritual, apesar de também poder sustentar a esperança de cura e negação da morte, dificultando o processo de terminalidade. A autonomia também é um fator que contribui para a dignidade do paciente. Conclui-se que a aceitação da morte, suporte familiar e espiritual/religioso e respeito à autonomia contribuem para a ortotanásia e permitem a morte com mais dignidade.","PeriodicalId":35369,"journal":{"name":"Psicologia em Estudo","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-08-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Psicologia em Estudo","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.4025/psicolestud.v27i0.48002","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"Psychology","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Objetivou-se apreender a percepção e os significados expressos por pacientes oncológicos em cuidados paliativos exclusivos sobre a morte, o câncer e sua experiência do processo de finitude. Contou-se com a participação de dez pacientes com câncer: cinco em atendimento domiciliar e cinco em internação hospitalar. Utilizaram-se de diferentes instrumentos e técnicas, em etapas distintas. Para a realização da Etapa 1, realizaram-se observações, por meio de visitas sistemáticas e escuta livre, guiadas por um roteiro de observação, com registro em diário de campo. Para a Etapa 2, utilizou-se o Teste de Associação Livre de Palavras (TALP), com estímulos indutores ‘Câncer’ e ‘Morte’. Os dados foram compreendidos por meio de análise descritiva (Diário de campo) e categorização (TALP). Os resultados mostram que o câncer e o seu tratamento estão associados à dor e ao medo. Os participantes apresentam dualidades entre a esperança de cura e a certeza de prognóstico reservado, e entre a aceitação e a negação da morte. A família tem papel fundamental no acolhimento e na oferta de autonomia e dignidade do paciente em processo de morte, embora também sofram com o coadoecimento. A espiritualidade/religiosidade é uma estratégia de enfrentamento utilizada pelos pacientes, reduzindo a angústia espiritual, apesar de também poder sustentar a esperança de cura e negação da morte, dificultando o processo de terminalidade. A autonomia também é um fator que contribui para a dignidade do paciente. Conclui-se que a aceitação da morte, suporte familiar e espiritual/religioso e respeito à autonomia contribuem para a ortotanásia e permitem a morte com mais dignidade.
期刊介绍:
Publicar textos originais sobre temáticas que privilegiem pesquisas de natureza predominantemente qualitativas, na área das Ciências Humanas e da Saúde, tendo em vista a contribuição para o desenvolvimento da Psicologia numa perspectiva crítica, transformadora e interdisciplinar, e que busquem aprofundamento teórico.