{"title":"INVESTIGAÇÃO SOBRE O COMÉRCIO ILEGAL DE Procambarus clarkii GIRARD, 1852 (DECAPODA: CRUSTACEA) NA REGIÃO SUL DO BRASIL","authors":"Luciana Rodrigues Smialoski, Mauricio Pereira Almerão","doi":"10.4257/oeco.2022.2603.06","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A temática das invasões biológicas tem sido muito debatida nos últimos 20 anos. Estudos demonstram que uma das principais vias de introdução de espécies aquáticas é de origem antrópica, principalmente para fins alimentícios e aquariofilia. Das 481 espécies exóticas invasoras (EEI) já identificadas no Brasil, Procambarus clarkii, conhecido como lagostim-vermelho-da-Louisiana, é uma das mais preocupantes por possuir diversas características biológicas e ecológicas que a torna um invasor perigoso. Apesar de ter seu cultivo e venda proibidos no Brasil desde 2008, há indícios de comércio ilegal. O objetivo do presente estudo foi investigar o comércio ilegal da espécie em estabelecimentos comerciais na Região Sul do Brasil. A coleta de dados foi conduzida através de buscas livres na internet por estabelecimentos comerciais relacionados ao ramo da aquariofilia e posterior contato com os mesmos. No total foram investigados 221 estabelecimentos comerciais dos quais 40 declararam comercializar a espécie. Foi constatado um comércio mais intenso no Paraná (50%), seguido pelo Rio Grande do Sul (32,5%) e por Santa Catarina (17,5%). Somente um estabelecimento que comercializa a espécie mencionou estar ciente da restrição, mas permanece vendendo a espécie. Em relação a características do comércio (número de indivíduos disponíveis a pronta-entrega e preço médio de venda), houve diferenças entre os estados. No Brasil, o comércio ilegal é tido como a principal fonte de novas introduções desta espécie na natureza. Sabidamente, quando uma espécie é adquirida no comércio e por algum motivo, não é mais desejada, há grandes chances de ser solta na natureza. A falta de fiscalização dos estabelecimentos comerciais contribui para a não modificação deste cenário. Sugere-se uma revisão nas listas oficiais de EEI dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul para inserção do lagostim-vermelho-daLouisiana como espécie de alto risco de invasão.","PeriodicalId":39092,"journal":{"name":"Oecologia Australis","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-09-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"1","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Oecologia Australis","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.4257/oeco.2022.2603.06","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q3","JCRName":"Environmental Science","Score":null,"Total":0}
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Abstract
A temática das invasões biológicas tem sido muito debatida nos últimos 20 anos. Estudos demonstram que uma das principais vias de introdução de espécies aquáticas é de origem antrópica, principalmente para fins alimentícios e aquariofilia. Das 481 espécies exóticas invasoras (EEI) já identificadas no Brasil, Procambarus clarkii, conhecido como lagostim-vermelho-da-Louisiana, é uma das mais preocupantes por possuir diversas características biológicas e ecológicas que a torna um invasor perigoso. Apesar de ter seu cultivo e venda proibidos no Brasil desde 2008, há indícios de comércio ilegal. O objetivo do presente estudo foi investigar o comércio ilegal da espécie em estabelecimentos comerciais na Região Sul do Brasil. A coleta de dados foi conduzida através de buscas livres na internet por estabelecimentos comerciais relacionados ao ramo da aquariofilia e posterior contato com os mesmos. No total foram investigados 221 estabelecimentos comerciais dos quais 40 declararam comercializar a espécie. Foi constatado um comércio mais intenso no Paraná (50%), seguido pelo Rio Grande do Sul (32,5%) e por Santa Catarina (17,5%). Somente um estabelecimento que comercializa a espécie mencionou estar ciente da restrição, mas permanece vendendo a espécie. Em relação a características do comércio (número de indivíduos disponíveis a pronta-entrega e preço médio de venda), houve diferenças entre os estados. No Brasil, o comércio ilegal é tido como a principal fonte de novas introduções desta espécie na natureza. Sabidamente, quando uma espécie é adquirida no comércio e por algum motivo, não é mais desejada, há grandes chances de ser solta na natureza. A falta de fiscalização dos estabelecimentos comerciais contribui para a não modificação deste cenário. Sugere-se uma revisão nas listas oficiais de EEI dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul para inserção do lagostim-vermelho-daLouisiana como espécie de alto risco de invasão.
在过去的20年里,生物入侵的问题一直备受争议。研究表明,引入水生物种的主要途径之一是人为来源,主要是为了食物和水族馆。在巴西已鉴定的481种外来入侵物种(ias)中,被称为路易斯安那红龙虾的克拉氏原螯虾(Procambarus clarkii)是最令人担忧的物种之一,因为它具有许多生物学和生态特征,使其成为一种危险的入侵者。尽管自2008年以来,巴西已禁止种植和销售这种植物,但仍有非法贸易的迹象。本研究的目的是调查巴西南部商业场所的非法物种贸易。数据收集是通过在互联网上免费搜索与水族分支相关的商业机构和随后与他们的接触进行的。总共调查了221家商业机构,其中40家宣布出售该物种。在parana(50%)发现了更密集的贸易,其次是里约热内卢Grande do Sul(32.5%)和Santa Catarina(17.5%)。只有一家销售该物种的机构提到知道这一限制,但仍在销售该物种。在贸易特征(可随时交货的个人数量和平均销售价格)方面,各州之间存在差异。在巴西,非法贸易被认为是将该物种引入野外的主要来源。众所周知,当一个物种在商业中获得,由于某种原因,它不再需要,它很有可能被释放到野外。缺乏对商业机构的监督导致这种情况没有改变。建议修订parana、圣卡塔琳娜和里约热内卢Grande do Sul州的国际捕鲸委员会官方名单,将达洛伊斯红龙虾列入入侵的高危物种。