Rodrigo Chaves Ramos, Edinei Koester, Daniel Triboli Vieira
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Abstract
Na região de Herval, extremo sul do setor brasileiro do Cinturão Dom Feliciano, foram encontradas novas ocorrências dos Anfibolitos Alto Alegre. Esses anfibolitos ocorrem como xenólitos em granitoides de ca. 630-610 Ma da suíte intrusiva Pinheiro Machado, que são as rochas predominantes na região. O presente artigo apresenta um estudo integrado de petrografia (microscopia óptica) e geoquímica de rocha total (elementos maiores, traços e ETR) e isotópica (Sr-Nd), em uma amostra representativa dos Anfibolitos Alto Alegre, com o objetivo de aprofundar o entendimento sobre esta unidade e sua petrogênese. A amostra apresenta mineralogia constituída por hornblenda (± 60 %), plagioclásio (± 20 %), biotita (± 10 %), epidoto (± 5 %), quartzo (< 5 %) e, subordinadamente, titanita, clorita, rutilo, pirita e apatita. A textura principal é a granoblástica poligonal, marcada por hornblenda + plagioclásio, indicando equilíbrio metamórfico em ca. 600ºC e pico metamórfico em condições de fácies anfibolito. A geoquímica de rocha total sugere um protólito gabroico oceânico. Razões de elementos traços e ETR sugerem um ambiente de suprassubducção, transicional entre MORB e IAB, cuja fonte mantélica foi contaminada por componentes crustais. A assinatura isotópica Sr-Nd fortalece essa hipótese (87Sr/86Sr(t) = 0,707; 147Sm/144Nd = 0,118; ɛNd(t) = -7,5). A partir dos resultados e da comparação com metamafitos oceânicos da região, sugere-se que os Anfibolitos Alto Alegre poderiam representar relictos do paleo-oceano Adamastor Sul, relacionado ao paleocontinente Gondwana Ocidental.