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Abstract
As disfunções sexuais são frequentes em indivíduos portadores de transtornos mentais, com importante impacto na qualidade de vida e na adesão às terapias medicamentosas. No entanto, as queixas sexuais seguem sendo subinvestigadas na prática clínica da psiquiatria geral. Objetivos: Este trabalho pretende rever a evidência científica relativamente à relação entre doença mental e sexualidade, bem como propor uma abordagem às queixas sexuais em consulta de psiquiatria geral, partindo de uma reflexão crítica. Métodos: Foi efetuada uma revisão bibliográfica não sistemática de artigos científicos publicados entre janeiro de 2000 a julho de 2020, através da base de dados Pubmed/Medline, usando as seguintes palavras chave: mental illness, sexual dysfunctions, sexuality. Os artigos foram escolhidos de acordo com a sua relevância para o objeto de estudo. Resultados: A prevalência de Disfunção Sexual (DS) em pessoas com doença mental varia entre 5 a 94% na literatura, sendo consideravelmente mais elevada do que em relação à população geral, apresentando desafios específicos no diagnóstico e tratamento. Uma abordagem à DS em consulta de psiquiatria geral deve basear-se no modelo PLISSIT. Deve incluir a recolha de história sexual, médica e psicossocial, formulação diagnóstica, psicoeducação e adoção de estratégias terapêuticas básicas. A articulação com serviços especializados será necessária numa minoria de casos, em presença de refratariedade ou avaliações específicas. Conclusão: A competência em sexologia é essencial para o profissional de saúde mental generalista providenciar uma intervenção holística e significativa, tendo em conta a elevada prevalência de queixas sexuais em pessoas com doença mental.