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Abstract
Na era da cultura digital (Santaella, 2003), os novos multiletramentos necessários para produzir significados são mais exigentes, pois alteram a relação de consumo, recepção e produção de linguagens e discursos. Este artigo tem o objetivo de analisar fake news (Bucci, 2019; Frias Filho, 2018; Santaella, 2018) produzidas no período da pandemia causada pela COVID-19 no Brasil. Para tanto, avaliam-se as estratégias linguísticas e imagéticas de apelo e convencimento, assim como o tratamento digital das fakes news que refletem uma narrativa transmídia (Jenkins, 2009), o que pressupõe a necessidade de letramentos críticos capazes de interligar pessoas, objetos midiáticos e estratégias de construção de significado (Lemke, 2010). Desse modo, realizou-se a seleção de cinco (5) fake news que circularam em diversas redes sociais, com diferentes configurações, e impulsionaram a desinformação em relação ao número de mortes por COVID-19, recortando-se, para análise, as fake news a partir do tema “caixões vazios” que se utilizaram de imagens estáticas (Rojo e Moura, 2019; Santaella e Nöth, 1998), acompanhadas ou não de texto verbal e verificadas em agências de checagem. Compreende-se, ao final desta pesquisa que, se há liberdade para acessar muitas informações e relacionar-se pelas redes com várias pessoas, as práticas de leitura precisam buscar a compreensão das multissemioses presentes nos textos em circulação, assim como compreender as relações estabelecidas nos meios de transmissão e produção de textos em contextos digitais.
Palavras-chave: Novos Multiletramentos; Fake News; Imagem Estática.