{"title":"Pandemia SARS-CoV-2/COVID-19: Controvérsias à Luz da Evidência Científica","authors":"Tiago Tribolet de Abreu","doi":"10.24950/pv/297/20/1/2021","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A pandemia SARS-CoV-2/COVID-19 tem provocado reacções antagónicas entre quem a considera uma infecção benigna e quem a classifica como grave, quem pense que as medidas são excessivas e quem as ache insuficientes. Esta infecção é frequentemente assintomática ou ligeira, e só raramente é grave ou crítica, com uma letalidade duas a três vezes superior à da gripe sazonal. No entanto, o número absoluto de doentes com necessidade de internamento em enfermaria ou Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) é muito variável de região para região, podendo esporadicamente saturar e ultrapassar a capacidade dos sistemas de saúde. A evidência científica sobre as medidas aplicadas com o objectivo de reduzir o número de infecções é reduzida, até pela dificuldade em encontrar grupos de controlo, havendo dados que colocam em dúvida a eficácia, em condições reais, do confinamento, rastreio de contactos, desinfecção de superfícies, objectos e mãos, encerramento de escolas e uso generalizado de máscaras. Foram realizadas intervenções para aumento da capacidade hospitalar, muito embora possam ser insuficientes e não haja ainda no nosso país recomendações bem definidas que evitem internamentos sem benefício. A implementação de um sistema de monitorização e ajuste da capacidade do sistema hospitalar em responder às solicitações, em tempo real, seria benéfica não só na situação actual, mas também para o futuro.","PeriodicalId":32856,"journal":{"name":"Medicina Interna","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-09-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Medicina Interna","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.24950/pv/297/20/1/2021","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
A pandemia SARS-CoV-2/COVID-19 tem provocado reacções antagónicas entre quem a considera uma infecção benigna e quem a classifica como grave, quem pense que as medidas são excessivas e quem as ache insuficientes. Esta infecção é frequentemente assintomática ou ligeira, e só raramente é grave ou crítica, com uma letalidade duas a três vezes superior à da gripe sazonal. No entanto, o número absoluto de doentes com necessidade de internamento em enfermaria ou Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) é muito variável de região para região, podendo esporadicamente saturar e ultrapassar a capacidade dos sistemas de saúde. A evidência científica sobre as medidas aplicadas com o objectivo de reduzir o número de infecções é reduzida, até pela dificuldade em encontrar grupos de controlo, havendo dados que colocam em dúvida a eficácia, em condições reais, do confinamento, rastreio de contactos, desinfecção de superfícies, objectos e mãos, encerramento de escolas e uso generalizado de máscaras. Foram realizadas intervenções para aumento da capacidade hospitalar, muito embora possam ser insuficientes e não haja ainda no nosso país recomendações bem definidas que evitem internamentos sem benefício. A implementação de um sistema de monitorização e ajuste da capacidade do sistema hospitalar em responder às solicitações, em tempo real, seria benéfica não só na situação actual, mas também para o futuro.