Glaucio Gomes de Matos, Maria Beatriz Rocha Ferreira
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Abstract
O artigo traz uma reflexão sobre a educação nas comunidades amazônicas, mai especificamente naquelas localizadas às margens dos rios do Estado do Amazonas. A pesquisa está alicerçada na teoria de Norbert Elias e no trabalho de campo de cunho etnográfi co. Osamazônidas representam uma miscigenação oriunda de diferentes grupos étnicos e vivem em condições sui generis, adaptados ao clima quente e úmido e ajustando-se às variações dos períodos de enchente e vazante do rio, e aos períodos da chuva e estiagem. Cultivam pequenos roçados para subsistência, praticam o extrativismo, organizam-se em atividade coletiva denominada de “puxirum”, cujo objetivo é a ajuda mútua, e têm acesso à educação institucionaliza advinda das escolas de características urbanas. O conhecimento “tradicional” utilizado na vida diária nessas comunidades tem raízes nas culturas ancestrais dos povos indígenas, mas foi sendo ressignificado de forma interconectada aos processos de mudanças sociais. A educação escolarizada faz parte desse arcabouço do conhecimento e nos últimos anos tem caminhado a passos largos no universo amazônico, muitas vezes sem valorizar o saber fazer do amazônida. O desafio na educação das comunidades ribeirinhas é considerar a importância do conhecimento da vida diária e introduzi-lo no conteúdo da educação institucionalizada, pois foi ele, ao longo dos séculos, a permitir a manutenção da vida desses grupos humanos no universo amazônico.