Magmatismo máfico associado ao Granito Encruzilhada do Sul, RS: implicações para a geração do magmatismo granítico pós-colisional do Cinturão Dom Feliciano
{"title":"Magmatismo máfico associado ao Granito Encruzilhada do Sul, RS: implicações para a geração do magmatismo granítico pós-colisional do Cinturão Dom Feliciano","authors":"Maciel Gilmar Jacobs, R. P. Philipp, L. Nardi","doi":"10.22456/1807-9806.88648","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":". A integração entre o mapeamento geológico com estudos petrográficos e geoquímicos permitiu caracterizar a evolução petrológica do Granito Encruzilhada do Sul (GES). Este maciço ocorre na parte norte do Batólito Pelotas, porção leste do Cinturão Dom Feliciano. No interior do GES ocorrem pequenos corpos de dioritos e zonas ricas em enclaves máficos, representando uma interação de mistura física entre os magmas ácido e básico. Fácies graníticas com alto teor de minerais máficos e de composição intermediária a ácida são interpretados como rochas híbridas e relacionadas a mistura química entre os magmas. Com base nos dados geoquímicos é possível definir que o magmatismo máfico mostra afinidade tholeiítica, enquanto o magmatismo félsico é caracterizado por granitos do tipo-A. O GES apresenta uma fácies de bordo caracterizada por monzogranitos porfiríticos de matriz fina a média com alto teor de enclaves máficos. A porção central do maciço é composta por sieno a monzogranitos heterogranulares grossos ricos em quartzo e com baixo teor de minerais máficos. Uma fácies de sienogranitos equigranulares ocorre na porção centro-norte e representa a cúpula parcialmente preservada do maciço. A zonação textural e composicional observada foram geradas a partir do resfriamento de uma única câmara magmática. O posicionamento do granito foi controlado por uma fase cinemática extensional da Zona de Cisalhamento Dorsal de Canguçu que permitiu a ascensão dos magmas até sua estabilização em níveis superiores da crosta. Os dados obtidos sugerem que a geração do GES ocorreu no período pós-colisional da orogênese Dom Feliciano, associada à fusão parcial de uma crosta granulítica, promovida pelo aumento do gradiente geotérmico devido ao magmatismo máfico. As condições de alta temperatura do evento magmático permitiram, em estágio precoce da cristalização, a mistura química entre os magmas félsico e máfico e a geração de tipos híbridos. Durante o processo da cristalização, entretanto, a viscosidade e a densidade dos magmas são modificadas, favorecendo o desenvolvimento de estruturas geradas pela mistura física. ","PeriodicalId":39234,"journal":{"name":"Pesquisas em Geociencias","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2018-12-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"4","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Pesquisas em Geociencias","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22456/1807-9806.88648","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"Earth and Planetary Sciences","Score":null,"Total":0}
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Abstract
. A integração entre o mapeamento geológico com estudos petrográficos e geoquímicos permitiu caracterizar a evolução petrológica do Granito Encruzilhada do Sul (GES). Este maciço ocorre na parte norte do Batólito Pelotas, porção leste do Cinturão Dom Feliciano. No interior do GES ocorrem pequenos corpos de dioritos e zonas ricas em enclaves máficos, representando uma interação de mistura física entre os magmas ácido e básico. Fácies graníticas com alto teor de minerais máficos e de composição intermediária a ácida são interpretados como rochas híbridas e relacionadas a mistura química entre os magmas. Com base nos dados geoquímicos é possível definir que o magmatismo máfico mostra afinidade tholeiítica, enquanto o magmatismo félsico é caracterizado por granitos do tipo-A. O GES apresenta uma fácies de bordo caracterizada por monzogranitos porfiríticos de matriz fina a média com alto teor de enclaves máficos. A porção central do maciço é composta por sieno a monzogranitos heterogranulares grossos ricos em quartzo e com baixo teor de minerais máficos. Uma fácies de sienogranitos equigranulares ocorre na porção centro-norte e representa a cúpula parcialmente preservada do maciço. A zonação textural e composicional observada foram geradas a partir do resfriamento de uma única câmara magmática. O posicionamento do granito foi controlado por uma fase cinemática extensional da Zona de Cisalhamento Dorsal de Canguçu que permitiu a ascensão dos magmas até sua estabilização em níveis superiores da crosta. Os dados obtidos sugerem que a geração do GES ocorreu no período pós-colisional da orogênese Dom Feliciano, associada à fusão parcial de uma crosta granulítica, promovida pelo aumento do gradiente geotérmico devido ao magmatismo máfico. As condições de alta temperatura do evento magmático permitiram, em estágio precoce da cristalização, a mistura química entre os magmas félsico e máfico e a geração de tipos híbridos. Durante o processo da cristalização, entretanto, a viscosidade e a densidade dos magmas são modificadas, favorecendo o desenvolvimento de estruturas geradas pela mistura física.