Andressa Bertoncello Valandro, R. M. Badalotti, Cristiane Tonezer, Egon Roque Frohlich
{"title":"Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) na defesa da soberania alimentar","authors":"Andressa Bertoncello Valandro, R. M. Badalotti, Cristiane Tonezer, Egon Roque Frohlich","doi":"10.26767/COLOQUIO.V15I1.768","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Os movimentos sociais, aqui entendidos como expressões de poder da sociedade civil organizada, têm sido objeto de diferentes discursos, tanto em nível acadêmico quanto dos governos, pressionados a produzir respostas às demandas destes atores sociais coletivos. No Brasil, diversos movimentos sociais emergem nas décadas de 1970 e 1980, juntamente com o processo de redemocratização do país, sendo que, na região do oeste catarinense, destaca-se o surgimento de movimentos relacionados ao campo, como é o caso do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), objeto deste estudo. O MMC caracteriza-se como um movimento popular, feminista e autônomo, que busca a valorização das mulheres do campo, em contraposição à cultura patriarcal, ainda visualizada na sociedade contemporânea. Aposta na construção de um projeto de agricultura camponesa e agroecológica na defesa da soberania alimentar. Através de revisão da literatura e documental, este artigo analisa a organização política do MMC na defesa de um modelo de desenvolvimento baseado nos princípios da soberania alimentar. Como resultados, evidencia-se que uma das principais bandeiras de luta do MMC refere-se à defesa da vida, considerando a busca por justiça, liberdade e solidariedade, com destaque para a construção de um projeto de agricultura agroecológica em contraposição ao modelo de agricultura convencional. A defesa da soberania alimentar pelo MMC assume questões específicas, como a preservação do solo, a recuperação de sementes crioulas, o plantio e manejo agroecológico, entendendo que não se trata apenas de um conceito, mas de uma estratégia política no enfrentamento ao sistema neoliberal globalizado.","PeriodicalId":30850,"journal":{"name":"Coloquio","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2018-05-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Coloquio","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.26767/COLOQUIO.V15I1.768","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Os movimentos sociais, aqui entendidos como expressões de poder da sociedade civil organizada, têm sido objeto de diferentes discursos, tanto em nível acadêmico quanto dos governos, pressionados a produzir respostas às demandas destes atores sociais coletivos. No Brasil, diversos movimentos sociais emergem nas décadas de 1970 e 1980, juntamente com o processo de redemocratização do país, sendo que, na região do oeste catarinense, destaca-se o surgimento de movimentos relacionados ao campo, como é o caso do Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), objeto deste estudo. O MMC caracteriza-se como um movimento popular, feminista e autônomo, que busca a valorização das mulheres do campo, em contraposição à cultura patriarcal, ainda visualizada na sociedade contemporânea. Aposta na construção de um projeto de agricultura camponesa e agroecológica na defesa da soberania alimentar. Através de revisão da literatura e documental, este artigo analisa a organização política do MMC na defesa de um modelo de desenvolvimento baseado nos princípios da soberania alimentar. Como resultados, evidencia-se que uma das principais bandeiras de luta do MMC refere-se à defesa da vida, considerando a busca por justiça, liberdade e solidariedade, com destaque para a construção de um projeto de agricultura agroecológica em contraposição ao modelo de agricultura convencional. A defesa da soberania alimentar pelo MMC assume questões específicas, como a preservação do solo, a recuperação de sementes crioulas, o plantio e manejo agroecológico, entendendo que não se trata apenas de um conceito, mas de uma estratégia política no enfrentamento ao sistema neoliberal globalizado.