{"title":"“O mercado define isso”: estrutura e adaptação na dinâmica do trabalho de músicos brasileiros na transição do século XX ao XXI","authors":"Rodrigo Heringer Costa, Luciana Requião","doi":"10.34096/oidopensante.v11n1.10477","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Analisamos neste artigo transformações verificadas nas características do trabalho de musicistas no Brasil, entre o fim do século XX e a contemporaneidade. Pesquisas concluídas ou em andamento e diálogo com a literatura científica embasaram a investigação aqui empreendida. À luz da compreensão de elementos estruturais a impactarem a organização das atividades laborais de tais agentes, pouca autonomia é percebida na delimitação da dinâmica organizacional do trabalho na área por musicistas levados a se adaptarem a demandas de ordem econômica, social e/ou política nos distintos períodos históricos analisados. Como resultado de tais adaptações, propomos uma tipologia de duas formas de trabalho características –ainda que não exclusivas– a cada um dos referidos períodos: o trabalho flexível (fim do século XX) e o multitarefas (início do século XXI). Da análise empreendida, verificou-se uma tendência à crescente responsabilização do trabalhador pelos processos e resultados de seu trabalho, configurando um processo de precarização que é potencializado pela digitalização da produção e do consumo das atividades musicais. Observa-se, no entanto, uma realidade a contrariar o discurso da reinvenção, constantemente reproduzido por agentes e instituições vinculados ao campo musical no intuito de ressaltar a autonomia de musicistas na condução das transformações vinculadas a suas práticas laborais.","PeriodicalId":40885,"journal":{"name":"Oido Pensante","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.3000,"publicationDate":"2023-02-24","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Oido Pensante","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.34096/oidopensante.v11n1.10477","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"MUSIC","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Analisamos neste artigo transformações verificadas nas características do trabalho de musicistas no Brasil, entre o fim do século XX e a contemporaneidade. Pesquisas concluídas ou em andamento e diálogo com a literatura científica embasaram a investigação aqui empreendida. À luz da compreensão de elementos estruturais a impactarem a organização das atividades laborais de tais agentes, pouca autonomia é percebida na delimitação da dinâmica organizacional do trabalho na área por musicistas levados a se adaptarem a demandas de ordem econômica, social e/ou política nos distintos períodos históricos analisados. Como resultado de tais adaptações, propomos uma tipologia de duas formas de trabalho características –ainda que não exclusivas– a cada um dos referidos períodos: o trabalho flexível (fim do século XX) e o multitarefas (início do século XXI). Da análise empreendida, verificou-se uma tendência à crescente responsabilização do trabalhador pelos processos e resultados de seu trabalho, configurando um processo de precarização que é potencializado pela digitalização da produção e do consumo das atividades musicais. Observa-se, no entanto, uma realidade a contrariar o discurso da reinvenção, constantemente reproduzido por agentes e instituições vinculados ao campo musical no intuito de ressaltar a autonomia de musicistas na condução das transformações vinculadas a suas práticas laborais.
期刊介绍:
The aim of El oído pensante is to promote the discussion of theoretical, methodological and epistemological dilemmas faced by different kinds of music research. Unpublished articles in Spanish, Portuguese and English dealing with ethnomusicology, anthropology, sociology of music, popular music studies, musicology, and cultural studies, among other disciplines, are received. Papers should be original and those which produce criticism of theoretical paradigms, methodology, transdisciplinarity, knowledge validation, research ideologies, representation resources, narrative strategies, ethic and esthetic research perspectives, relationships during the fieldwork experience, social and political research significance, the researcher’s perceptive and conceptual baggage, new technologies and their ways of spreading and sharing knowledge, etc., will be welcome. Since the intention of the journal is to promote critical thought aimed to dismantle usual concepts and to open new approaches, papers restricted to analyzing particular cases will not be accepted. However, it is expected that authors bring some cases into the text in order to support their main ideas. Articles and reviews are received.