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Abstract
Na iconografia colonial sobre a África, há um conjunto heteróclito de fotografias sobre “corpos enfermos”. A fotografia foi um recurso visual eficiente para justificar ideologicamente a “missão civilizatória” de um colonialismo autoproclamado “altruísta” e “científico”. A análise de fotografias sobre a hanseníase no continente africano na primeira metade do século XX permite deslindar a relação entre a construção imagética de uma “África leprosa” e a coalescência de interesses de missionários, médicos e demais autoridades coloniais. Com base em imagens de arquivos estrangeiros, o estudo aborda a visualidade de uma representação negativa da alteridade africana, para a qual a fotografia emprestou sua “objetividade” e concorreu para a espetacularização do sofrimento dos outros.