{"title":"Re-pensando a raiva: políticas midiatizadas do corpo ressentido","authors":"Kati Caetano, Júlio César Rigoni Filho","doi":"10.11606/issn.1980-4016.esse.2022.198457","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo visa a retomar o debate das paixões considerando-as a partir da dimensão política em que certas eclosões passionais podem ser apreendidas. Refere-se especificamente à raiva, que tem sido muito discutida no campo da Ciência Política recentemente, como forma de emancipação política integrada a uma nova partilha do sensível. Buscamos explicar esse contexto de discussões no domínio da semiótica, intentando, ao mesmo tempo, ampliar, nesta, o quadro de discussão dos efeitos de sentido passionais. Apreender a paixão como ato de subjetivação, que implica a presença de um limite do insuportável, coloca em xeque o procedimento da moralização para situá-la em outro nível de sensibilização, o do irrompimento da raiva como dissenso político. Essa problematização dos afetos indóceis permite pensá-los como objeto de uma semiótica implicada em práticas mitigadoras dos danos sociais. ","PeriodicalId":30062,"journal":{"name":"Estudos Semioticos","volume":" ","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-12-15","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Estudos Semioticos","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.11606/issn.1980-4016.esse.2022.198457","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este artigo visa a retomar o debate das paixões considerando-as a partir da dimensão política em que certas eclosões passionais podem ser apreendidas. Refere-se especificamente à raiva, que tem sido muito discutida no campo da Ciência Política recentemente, como forma de emancipação política integrada a uma nova partilha do sensível. Buscamos explicar esse contexto de discussões no domínio da semiótica, intentando, ao mesmo tempo, ampliar, nesta, o quadro de discussão dos efeitos de sentido passionais. Apreender a paixão como ato de subjetivação, que implica a presença de um limite do insuportável, coloca em xeque o procedimento da moralização para situá-la em outro nível de sensibilização, o do irrompimento da raiva como dissenso político. Essa problematização dos afetos indóceis permite pensá-los como objeto de uma semiótica implicada em práticas mitigadoras dos danos sociais.