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Abstract
As turbulências e instabilidades políticas que marcaram o Brasil no período compreendido entre 2013 e 2016 culminaram na destituição da presidenta Dilma Rousseff e a posse do seu ex-vice presidente Michel Temer como presidente do país. Esse processo foi marcado pela construção discursiva da existência de uma suposta crise (política, econômica, institucional e moral) no país, cuja resolução passava pela aprovação de uma série de reformas. Assim, a Reforma do Ensino Médio, como outras, foi proposta e aprovada sob o binômio crise/reforma, cuja necessidade/legitimidade se fundava em dois elementos básicos: o suposto distanciamento do Ensino Médio do setor produtivo e a inabilidade de seu modelo de organização curricular em atender os desejos/necessidades de uma diversidade de alunos que frequentavam as escolas brasileiras. Nesse sentido, o presente artigo, derivado da tese de doutorado do autor, objetiva discutir de que forma a construção discursiva sobre legitimidade/necessidade de reforma para o Ensino Médio resultou em uma determinada organização curricular, a saber: em torno de habilidades e competências, fragmentada, modularizada e primando pela customização curricular.